Em outubro, o Facebook surpreendeu e anunciou a mudança de nome do seu conglomerado. Desde então, quem utiliza os aplicativos do Instagram, WhatsApp e do próprio Facebook no smartphone se depara com a identificação "Meta" na abertura. Entretanto, mais do que designar uma nova identidade para o grupo, trata-se de uma expressão que captura o espírito do seu tempo. Afinal, o conceito de metaverso sai da teoria e finalmente entra em prática graças ao avanço das criptomoedas e da tecnologia blockchain.
Sim, a web finalmente avançou para a sua versão 3.0. Se na primeira os navegadores produziam conteúdos pouco interativos e na segunda as redes sociais estimulavam a troca entre usuários e marcas, agora é a hora para estabelecer de vez a presença humana no ambiente digital, com plataformas como a Decentraland, capazes de promover interação, negócios, diversão, conhecimento… enfim, todas as relações sociais com as vantagens oferecidas pelos criptoativos. Confira:
Do que se trata o metaverso?
Como tudo na tecnologia, o metaverso surgiu primeiro como ideia e só depois como realização. A proposta não é nova. Foi idealizada inicialmente na ficção científica Snow Crash, de Neal Stephenson, em 1992. Sua visão era um mundo virtual 3D com avatares que interagiam e viviam experiências. Assim, a proposta do metaverso nada mais é do que mundos virtuais em que as pessoas podem viver experiências bem reais, como compras, investimento e interação entre pessoas.
Sim, essa é a ideia que o Second Life, do Linden Lab, tentou implementar nos anos 2000. Houve até uma empolgação inicial, com a entrada de marcas e usuários nesse espaço digital. A questão é que a evolução tecnológica existente na época não foi suficiente para comportar todos os objetivos. Mas agora a situação se inverteu com a consolidação das criptomoedas em todo o mundo.
Onde o cripto se encaixa nisso?
O metaverso baseado em criptoativos nada mais é do que economias virtuais de mercados emergentes com uma combinação complexa em desenvolvimento contínuo de bens, serviços e ativos digitais que geram valor do mundo real para os usuários. Em outras palavras: ambientes virtuais desenvolvidos com apoio da tecnologia blockchain que permitem aos usuários realizarem movimentações financeiras e de informações com a mesma segurança e comodidade do mundo "real".
Os primeiros mundos do metaverso na Web 3.0 foram construídos sobre plataformas de computação blockchain com uma série de partes contribuindo para o desenvolvimento de jogos e itens que podem ser negociados livremente nessa tecnologia. Assim, os usuários estão começando a criar uma nova experiência de comércio eletrônico. Entre as principais atividades que estão aproveitando essa oportunidade estão galerias de arte, em que proprietários exibem e vendem arte digital via NFT, escritórios de negócios com sedes digitais, jogos e cassinos, publicidade com outdoors digitais, locais de música, entre outras.
O que vem por aí no metaverso?
Os mundos do metaverso na Web 3.o fazem parte de uma economia criptográfica maior – e interconectada. Seus protocolos descentralizados (característica central do blockchain) interoperam e fornecem a infraestrutura técnica que dá suporte às transações virtuais. Para se ter uma ideia, dois "terrenos" na Decentraland foram negociados por equivalentes R$ 31 milhões nas últimas semanas.
O que se vê, portanto, é o surgimento de redes de pagamentos que utilizam a própria moeda digital (como a MANA no caso da Decentraland), a possibilidade de finanças e de governança descentralizadas, o surgimento de bens soberanos NFT (token não fungível), identidade soberana como as moedas de reputação social e a própria descentralização da nuvem. Pouco a pouco, o metaverso ganha espaço e incorpora as experiências que marcam nossas vidas reais. Cada vez mais a fronteira entre o físico e o virtual fica mais tênue entre esses dois universos.
Cássio Krupinsk, CEO da BlockBR.
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