O Ministério das Comunicações deu mais um passo para a construção do anel que vai interligar as fibras ópticas dos países da América do Sul com o propósito de reduzir os custos de conexão. O Brasil apresentou uma proposta técnica detalhada durante a 1ª Reunião do Grupo de Trabalho sobre Telecomunicações do Conselho Sul-Americano de Infraestrutura e Planejamento (Cosiplan), realizada no dia 31 de janeiro, no Paraguai. Agora, o projeto será avaliado pelos países participantes.
A construção do anel ótico foi estabelecida como uma prioridade pelos ministros das Comunicações dos países sul-americanos, já que vai possibilitar aos cidadãos uma conexão mais rápida a preços mais baixos. Atualmente, o caminho percorrido pelos dados numa simples conexão à internet é extenso e caro: se um internauta do Brasil acessa um site do Chile, por exemplo, a conexão segue até um servidor nos Estados Unidos, via cabos submarinos, para, então, voltar ao Chile. Com o anel óptico interligando os países sul-americanos, o tráfego circulará diretamente entre as redes locais. A estimativa é que a interligação custará cerca de US$ 100 milhões.
O projeto apresentado pelo Brasil na reunião do Cosiplan incluiu tanto propostas para a integração física das redes já existentes nos países de fronteira quanto para sua integração lógica. Nesse último caso, trata-se de uma série de acordos de interconexão para que as redes dos países sul-americanos possam efetivamente se comunicar. Com os acordos, cada rede seria dotada de tabelas de rotas, ou seja, informações sobre o “caminho” para chegar a cada um dos outros países.
De acordo com o diretor do Departamento de Banda Larga do Minicom, Artur Coimbra, os acordos devem ser firmados assim que os países avaliarem a proposta. A expectativa é que, no prazo de um ano, seja possível fechar os acordos e fazer a ligação das redes já existentes nas fronteiras. “Muitos países já têm redes fronteira com fronteira. O tom da reunião foi que temos condições de ligar essa infraestrutura já posta a um custo relativamente baixo”, explica ele, que representou o Brasil no encontro. A construção das redes ficará a cargo da estatal de cada país – no caso do Brasil, a Telebras.