A SAP vem trabalhando intensamente nos últimos meses no desenvolvimento de software e serviços relacionados à plataforma SAP Hana, tecnologia em memória para gestão de negócios. Uma nota divulgada nesta quarta-feira, 3, pelo analista Peter Goldmacher, da consultoria Cowen and Co., acusa a multinacional alemã de inflar arbitrariamente a receita dessa linha de negócio a fim de divulgar um crescimento acelerado, porém, irreal. "Se você levar a palavra 'gestão' ao pé da letra e acreditar que em dois anos as licenças de Hana aumentaram a uma taxa de cerca de 120% no ano fiscal de 2013, então significa que os outros 90% das licenças da SAP, como apps e BI [sigla em inglês para business intelligence], estão crescendo a 2%, substancialmente abaixo do índice de cada segmento", justifica o especialista. "Nossa experiência em pesquisa nos leva a crer que a SAP está alocando receitas de produto na unidade, resultando numa taxa de crescimento inflada. Isso constrói um aparente momento de mercado que ainda não existe", acusa.
Se confirmado, o episódio pode ter reflexos negativos à SAP, porque o bom desempenho das ações da empresa na bolsa eletrônica Nasdaq se dá em grande parte devido à plataforma Hana, pontua o All Things Digital, blog de tecnologia ligado ao The Wall Street Journal. Ressalte-se que a companhia não revela a receita de outras linhas de produto. Segundo Goldmacher, a SAP consegue maquiar os números aplicando grandes descontos em produtos de BI e aplicativos, combinados com produtos de mobilidade e database que são vendidos com "preço cheio". "À parte dos descontos desiguais por produto, os negócios de database e mobilidade possuem taxas materialmente inferiores e investidores estão com confiança exagerada nessas linhas", alerta.
Procurado pelo blog, o porta-voz da companhia Jim Dever negou os descontos ou qualquer prática relatada pelo analista. "Acreditamos no valor do Hana, colocamos um preço competitivo e nenhum desconto", garante. Para o próximo informe de resultados, a SAP tem expectativa de aumento entre 11% e 13% nas vendas de software e serviços relacionados, enquanto a receita com assinaturas de software na nuvem deve obter taxas de 14% a 20%.
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