Uma coisa engraçada aconteceu quando as empresas de telecomunicações começaram a levar a sério processos de garantia de receita. Eles descobriram que estavam operando os seus negócios no escuro. Aqueles velhos slides de PowerPoint que nos habituamos a ver em conferências eram um pouco ultrapassados, mas uma representação muito precisa do que estava acontecendo nos bastidores.
Depois de anos de dependência dos auditores internos e externos que faziam verificações periódicas utilizando amostras de dados e uma planilha de Excel, os gestores financeiros começaram a usar ferramentas mais sofisticadas. Quanto mais sistemas implementávamos, mais percebíamos que qualquer dado ou sistema de rede com uma conexão poderia ser uma fonte de informações que não só poderiam ser correlacionadas com outros dados mas também poderiam monitorar a integridade desses sistemas.
A partir daí cresceu a prática do que denominamos Enterprise Business Assurance (Garantia de Negócio da Empresa) e logo descobrimos que todas essas lições aprendidas no ambiente complexo das telcos poderiam ser adotadas por outras empresas. Mesmo se os tipos de dados são diferentes, se uma empresa oferece serviços ou produtos, fabrica ou distribui, vende a varejo ou atacado, processos de negócio semelhantes se aplicam, e todos têm a exposição ao risco de sistemas pobres, manutenção deficitária e atos maliciosos.
Com a enorme quantidade de dados que estão sendo produzidos por um número cada vez maior de sistemas automatizados na empresa, não podemos deixar de nos perguntar por que tantas empresas ainda dependem de auditorias periódicas manuais, à moda antiga, para determinar se o negócio está funcionando corretamente e está sendo rentável. Em apenas uma hora, uma falha, roubo ou sistema mal programado, milhares de reais podem ser perdidos e muitos clientes afetados.
Varejo, serviços públicos, setor financeiro e saúde: de seguidores a mestres?
Outras indústrias têm sido rápidas em aprender com as telecomunicações e estão se adaptando a mesma metodologia, não só para monitorar todos os aspectos do seu negócio, mas também para atuar com sistemas automatizados de auditoria, trabalhando a cada segundo para garantir que nada será perdido. A crescente digitalização dessas empresas está tornando-se uma incrível oportunidade de diferenciação e inovação para essas indústrias.
Certo, eles têm sofisticados sistemas de logística, armazenamento, distribuição, faturamento, à sua disposição, mas raramente são provenientes de apenas um fornecedor, e quase nunca são totalmente integrados. E, mais uma vez, o Big Data não está lá para essas indústrias e para as necessidades em tempo real das operações de negócios.
Aí é que entra o Enterprise Business Assurance. Ao agir como o "painel de controle" para todos os sistemas existentes, exatamente da mesma forma como foi masterizado em telcos, qualquer grande empresa podem agora experimentar os mesmos benefícios.
Nós já estamos trabalhando com empresas dos setores de varejo, saúde, finanças e de serviços públicos que estão vendo resultados imediatos na redução de riscos, melhoria dos processos e das margens, redução de perdas e redução de custos de auditoria.
Rui Paiva, CEO da WeDo Technologies.