Imagine entrar em casa após um dia difícil no trabalho e ouvir uma música ambiente perfeita para seu humor. Ou notar que o ar condicionado foi acionado meia hora antes de você chegar para climatizar o ambiente. Imagine a televisão já ligada para você assistir ao jogo do seu time no canal e horário certos. Não parecem absurdos se alguém fizer tudo isso por você. Mas, e se esse alguém fosse, na verdade, o sistema eletrônico de sua própria casa?
Esse cenário não será irreal em pouco tempo. Basta observar como, cada vez mais, a tecnologia é capaz de pensar por nós. Os valores investidos por empresas em machine learning (em uma tradução literal "aprendizado de máquina") aumentam ano a ano, e hoje já é possível fazer com que os sistemas interajam com as pessoas para garantir uma melhor experiência em casa, no trabalho ou em qualquer outro lugar.
Há alguns anos, os grandes buscadores da web – como o Google – indexavam suas buscas por meio de processos humanos. Não encontrar resultado em uma busca era um fato comum dez anos atrás. Hoje, pelo contrário, podemos pesquisar frases enormes e ainda assim ter a garantia de um retorno que, sem técnicas de machine learning, seria impossível de ser alcançado.
O avanço é tamanho e tão acelerado que algumas máquinas já são capazes de identificar emoções através das expressões no rosto, do tom da voz, dentre tantos outros recursos e, com isso, modificar seu próprio comportamento ao realizar tarefas relativamente simples para pessoas, mas (até então) extremamente complexas para máquinas. Alguns videogames, por exemplo, são capazes de identificar quem é o usuário principal, mesmo se ele estiver entre 30 amigos.
A tecnologia está presente em todos os lugares, mesmo que não percebamos o quanto ela é poderosa e em qual nível está inserida em nossas vidas. Aquele futuro, em que as máquinas terão reações tão reais que se aproximarão das humanas, a ponto de criarmos relações quase emotivas, está a um passo de distância.
Breno Riba, desenvolvedor da BigData Corp.