A Sharp e a Foxconn, que neste ano adquiriu 10% do controle acionário da fabricante de painéis LCD por US$ 808 milhões, explicaram com contradição os termos financeiros envolvidos na venda dos papéis. Nesta sexta-feira, 3, ambas divulgaram notas distintas sobre o valor aplicado e causaram insegurança a investidores sobre a viabilidade do negócio. Com o desentendido, a dúvida sobre o entendimento dos executivos e a capacidade de ambas cooperarem emergiu.
Por um lado, a japonesa reforçou o investimento e a importância da Hon Hai, como também é conhecida a asiática, durante a apresentação do balanço trimestral. A Foxconn, por sua vez, no mesmo dia protocolou um comunicado na bolsa de valores de Taiwan afirmando a concordância da Sharp de que os afiliados não precisariam honrar a compra no valor de 550 ienes por ação – ou seja, com a desvalorização dos papéis, o aporte seria aceitável mesmo se fosse feito em menor volume.
Embora o negócio ainda esteja em processo por aprovação de órgãos reguladores japoneses, os executivos da Sharp foram pegos de surpresa. Uma porta-voz da companhia, Miyuki Nakama, negou ao The Wall Street Journal a validade do comunicado da parceira. “Não falamos com a Hon Hai sobre esse assunto”, limitou-se a justificar a executiva, sem dar mais detalhes sobre o ocorrido.
Segundo fontes ligadas ao jornal, o presidente da Foxconn, Tery Gou, está no Japão para renegociar a empreitada. A Sharp deve demitir 5 mil funcionários até março do ano que vem e no último ano fiscal amargou o maior prejuízo da sua história. No primeiro trimestre do ano fiscal 2012, encerrado em 30 de junho, a fabricante teve prejuízo líquido de 138,4 bilhões de ienes (US$ 1,73 bilhão).
