“Para o sucesso da aplicação do recolhimento e destinação final dos produtos, é necessário definir o papel de todos os atores da cadeia produtiva: fabricantes, importadores, distribuidores, consumidores e poder público’’. Essa foi posição manifestada por André Luis Saraiva, diretor da área de Responsabilidade Socioambiental da Abinee, que falou sobre a posição da indústria eletroeletrônica em relação à regulamentação da PNRS – Política Nacional de Resíduos Sólidos e a atuação da entidade na questão da Logística Reversa o primeiro dia do Abinee TEC 2012 – Fórum de Sustentabilidade, Eficiência Energética e Energias Alternativas, que começou nesta segunda-feira, 3, em São Paulo.
Segundo ele, o setor está comprometido em tornar a legislação exequível. Para nós, ‘’mais do que exigência legal, a logística reversa é um compromisso do setor com a sustentabilidade e a economia verde”, disse.
Em sua exposição, Saraiva que representa a entidade na relatoria do Grupo Técnico Temático de Resíduos de Equipamentos Elétricos e Eletrônicos no âmbito do Comitê Orientador para Implantação de Sistemas de Logística Reversa da Política Nacional de Resíduos Sólidos, destacou algumas ações já tomadas pelo Grupo Técnico como a proposta de modelagem de Logística Reversa Abinee/Eletros para as linhas verde, marrom, azul e branca e a discussão dos entraves para implantação do processo.
Além disso, ressaltou os próximos desafios para a implantação da PNRS. “Temos ainda quatro etapas a serem cumpridas, são elas, a finalização do estudo de viabilidade técnica e econômica, com previsão para agora em setembro de 2012; o alinhamento de propostas pela indústria e comércio; o edital de chamamento para acordos setoriais (após estudo de viabilidade) e a implantação do processo de Logística Reversa”, concluiu.
Governo
O gerente do Departamento de Apoio a Projetos Inovadores da Finep, Hudson Lima, destacou que as energias renováveis e sustentabilidade estão entre as áreas prioritárias da financiadora. Segundo ele, ainda este ano deve ser anunciado o Programa Brasil Sustentável, visando apoiar projetos sustentáveis. Luiz Otávio Reiff, assessor da presidência do BNDES, também falou sobre que a concepção de desenvolvimento sustentável e a inovação são duas das principais prioridades para o banco.
A gerente adjunta do Sebrae Nacional, Glaucia Zoldan, destacou a participação da agência na Rio+20. Ela ressaltou que as empresas já veem a sustentabilidade como modo e não como moda.
Cássio Marx Rabello, da ABDI, apresentou o estudo de modelagem de Logística Reversa de produtos eletroeletrônicos, que está em fase de ajuste final e será submetido à Audiência Pública. Ressaltando a complexidade da cadeia produtiva da indústria elétrica e eletrônica, ele afirmou que uma das premissas do projeto é considerar a eficácia e eficiência do processo. Disse ainda, que a modelagem atende o conceito de responsabilidade compartilhada, considerando todos os atores do processo.
João Alziro da Jornada, presidente do Inmetro, abordou as ações do instituto como a elaboração do Programa Brasileiro de Etiquetagem, que fornece informações sobre o desempenho dos produtos, considerando atributos como a eficiência energética. Ele destacou, também, as iniciativas do Inmetro para evitar a entrada de produtos contrafeitos e de baixa qualidade no país.
Luciano Almeida, presidente da Investe São Paulo, afirmou que as práticas sustentáveis são uma oportunidade para fazer de forma melhor e mais eficiente. “O desafio é manter o desenvolvimento econômico e a qualidade de vida do cidadão”. Para o diretor-presidente da Desenvolve-SP, Milton Melo, a sustentabilidade tem permeado a questão do desenvolvimento em todas as partes do mundo.
Como exemplo de ação sobre este assunto, ele ressaltou a Linha Economia Verde da Agência, destinada a projetos sustentáveis, que promovam significativa redução de emissões de gases de efeito estufa, de comprovada eficiência energética e que minimizem o impacto no meio ambiente.