Segundo estimativas da IDC, o mercado de software como serviço (SaaS, na sigla em inglês) crescerá de US$ 20 milhões para US$ 192 milhões entre 2010 e 2014. É um salto impressionante, mas não surpreendente, já que a economia obtida com essa modalidade de aquisição de software em relação forma convencional chega a 30%, sem contar a redução nos investimentos em infraestrutura de TI. Ao adquirir tecnologia a custo mais baixo, as empresas compram mais, ganham competitividade e podem crescer.
As características do modelo SaaS, em que, de maneira geral, o fornecedor do software cuida de toda a estrutura necessária para a disponibilização do sistema — servidores, conectividade e cuidados com segurança da informação — e o cliente utiliza o software via internet, pagando pelo uso, favorecem a implementação de sistemas por pequenas e médias empresas antes acessíveis apenas a grandes corporações.
Nesse cenário, inserem-se os sistemas de gestão de riscos corporativos, que através da modalidade SaaS, possibilita que empresas e indústrias de menor porte implantem solução para mitigação de riscos e redução de perdas operacionais.
É importante ressaltar que, com relação à sensação de insegurança que ainda atinge alguns usuários, não cessam os investimentos em segurança para o sistema e no ambiente de processamento, oferecendo SLA (garantia de nível serviço) cada vez mais rigoroso.
Essa realidade é observada na prática e é comprovada por estatísticas: no ano passado, 25% dos clientes utilizaram a solução nessa modalidade de negócio e as tendências apontam para a duplicação desse percentual até dezembro deste ano, com possibilidade de atingir 75% até o fim de 2014.
Para as pequenas organizações com estruturas e competências de TI reduzidas ou inexistentes, a facilidade de gestão ocupa um lugar central na proposta de valor do software como serviço. Antes de tomar qualquer decisão, porém, os executivos deverão considerar cuidadosamente as vantagens do SaaS em termos financeiros, tecnológicos e operacionais.
Para análise dos custos de médio prazo, consideramos os principais indicadores em três categorias: custos da instalação e implementação inicial; custos de gestão de software e hardware; e custos de operação das instalações, sempre lembrando que a vantagem mais significativa do SaaS reside no fato de ser um negócio completamente escalável, dispensando investimentos iniciais em infraestrutura física.
Se as necessidades da empresa aumentarem de forma significativa, será muito fácil adicionar novas licenças de usuário, sem aquisição de mais recursos de hardware, software ou rede. Também não é preciso contratar técnicos para gerir esse aumento das operações.
As categorias a serem analisadas incluem ainda indicadores como manutenção e atualização das versões instaladas, suporte para instalação e manutenção da infraestrutura tecnológica, consumo de energia, servidores (hardware), sistema de backup (software e hardware), switching, patching e firewalls, e infraestrutura de data center.
No caso de pequenas e médias empresas ou instituições financeiras, às já conhecidas vantagens do SaaS somam-se à possibilidade de concentrar o foco apenas no próprio negócio, o rápido retorno do investimento e a atualização automática das versões, sem agendamento ou interações com a estrutura de TI. Adaptar soluções SaaS às necessidades das PMEs é fácil, pois elas oferecem capacidades de configuração que permitem que até pessoas sem conhecimento de programação consigam modificar os seus processos de negócio.
O SaaS surge, assim, como uma forma de proceder ao outsourcing sem os aspectos onerosos dos sistemas de TI necessários para a atividade de qualquer empresa.
*Gustavo Menezes é diretor de produtos da UB Sistemas.