CPQD e wconnect desenvolvem solução blockchain voltada à segurança de receitas médicas digitais

2

Consultas médicas online e o envio da prescrição de medicamentos para o celular do paciente são práticas que ganharam força durante a pandemia de Covid-19, especialmente para atender pessoas de grupos mais vulneráveis à doença. A tendência é que algumas dessas práticas permaneçam – e até sejam intensificadas – no cenário pós-pandemia. E, para dar mais segurança e confiabilidade à prescrição digital de receituário médico, o CPQD e a startup wconnect estão iniciando o desenvolvimento de uma solução inovadora baseada em tecnologia blockchain.

Batizada de Simples Receita, a solução teve a ideia concebida na wconnect e foi uma das propostas vencedoras do Santander X Tomorrow Challenge, iniciativa global do grupo Santander destinada a apoiar empreendedores com projetos para a nova realidade social pós-Covid-19. Mais de 2.200 propostas de startups, de 14 países, participaram dessa iniciativa, que escolheu as 20 melhores – o Simples Receita ficou em primeiro lugar em uma das categorias.

"A intenção é colaborar para o distanciamento social, evitando que os pacientes tenham de se deslocar até uma farmácia para comprar o medicamento prescrito digitalmente pelo médico", explica Maurício Conti, fundador da wconnect. "Com o Simples Receita, o paciente atendido via telemedicina que recebe a receita em formato digital poderá utilizar a mesma plataforma para comprar o medicamento na farmácia de sua preferência, via e-commerce, sem sair de casa", acrescenta.

Para isso, a rede blockchain desenvolvida em parceria com o CPQD, com o apoio da EMBRAPII, deverá reunir médicos, farmácias e pacientes – que poderão aderir ao sistema fazendo onboarding, com um processo de identificação e autenticação bastante seguro. Segundo Reynaldo Formigoni, gerente de Soluções Blockchain do CPQD, o projeto prevê o desenvolvimento de uma versão inicial (produto mínimo viável) da solução Simples Receita, baseado em blockchain, voltado à gestão de parte do processo de emissão, controle e uso de receitas médicas digitais. "Além de dar mais segurança a esse processo, a tecnologia blockchain ainda permite a realização de auditorias sobre as receitas emitidas, o que a torna indicada especialmente nos casos de prescrição de medicamentos controlados pela Anvisa", afirma Formigoni.

Mas o objetivo do projeto, que tem duração prevista de três meses, é facilitar a prescrição e a compra de qualquer medicamento, de forma segura e confiável. "A estrutura de dados, que inclui a utilização de múltiplas redes blockchain, garante segurança bastante robusta em relação à integridade e autenticidade dos documentos. Ao mesmo tempo, preserva os direitos à privacidade e proteção dos dados dos titulares, de acordo com as determinações da LGPD", destaca Conti. "Para o médico, uma das vantagens é a possibilidade de resgatar as prescrições, principalmente em situações em que houver necessidade de demonstrar a correção de sua conduta, como nos casos de processos ético-profissionais. Já o paciente terá ao seu dispor, dentro da plataforma, uma 'carteira' com todas as receitas médicas prescritas para ele", conclui.

2 COMENTÁRIOS

DEIXE UMA RESPOSTA

Por favor digite seu comentário!
Por favor, digite seu nome aqui

This site is protected by reCAPTCHA and the Google Privacy Policy and Terms of Service apply.