Na era da informação digital, a preocupação com as fake news, ou notícias falsas, cresce na mesma velocidade da tecnologia. Do domínio nas redes sociais à preocupação com a interferência nas eleições de 2018, o impacto na opinião pública é inegável. À medida em que o desenvolvimento avança, fica mais difícil controlar o problema, dado o surgimento de robôs cada vez mais inteligentes, que chegam mais longe em menos tempo.
Vivemos uma onda de desenvolvimento de algoritmos de inteligência artificial capazes de gerar fake news que pareçam aceitáveis, engajando humanos e aumentando o impacto. Isso tem crescido ainda mais na reta final para pleito eleitoral que acontecerá no próximo dia 7 de outubro. Estudos apontam que 40% dos perfis que seguem os presidenciáveis são falsos, o que indica que existe uma indústria de bots (robôs) por trás das campanhas. Dados reforçam que de todo o tráfego da internet, mais de 65% é operacionalizado por meio de bots.
Recentemente, foi publicada uma pesquisa sobre como estão sendo aplicadas as verbas publicitárias nas campanhas eleitorais. Chegou-se à conclusão de que o impulsionamento de postagens é 1,6% da verba eleitoral total. Isso é difícil de acreditar, já que existe muita informação sendo movimentada na darknet, onde não conseguimos medir.
Ou seja, as eleições brasileiras estão sendo movimentadas nas redes sociais pelos famosos bots que pulverizam informações muitas vezes falsas, criando fake news onde não serão possível controlá-las em razão do avanço da tecnologia. Além disso, as redes sociais podem influenciar em até 6% o resultados das eleições. O homem tem uma capacidade infinita de criar notícias falsas e acreditar piamente nelas como se fossem as salvadoras e a esperança para um mundo melhor.
Arthur Igreja, professor da FGV, especialista em tecnologia e inovação. Masters em International Business pela Georgetown University (EUA), MBA pela ESADE (Espanha) e Mestrado Executivo em Gestão Empresarial pela FGV.