Symantec reforça foco no mercado corporativo e nega problemas financeiros

0

A Symantec, maior fornecedora de software antivírus, traçou nesta quarta-feira, durante uma conferência de imprensa por telefone, um panorama sobre as tendências em segurança e armazenamento, e detalhou a estratégia de atuação da empresa neste ano.
Mais conhecida pelo antivírus Norton, que possui hoje mais de 100 milhões de licenças em todo mundo, a empresa agora quer desvincular a imagem atrelada apenas ao produto carro-chefe e aumentar a participação no mercado corporativo de armazenamento.
A estratégia da Symantec é reverter essa percepção do mercado e para tal vai se concentrar em cinco grandes áreas de atuação: soluções de proteção e controle de dados, virtualização, administração dos riscos da informação, TI "verde" e na oferta de software como serviço (SaaS, na sigla em inglês).
De acordo com Wilson Grava, vice-presidente da Symantec para América Latina, apesar de responder por cerca de 29% da receita, o Norton é um produto líder de mercado, o que torna difícil descolar a imagem da empresa da linha de antivírus. Hoje, segundo ele, cerca 72% da receita da Symantec advêm do mercado corporativo, embora ela ainda seja fortemente associada como fornecedora de software de segurança para PCs. Grava ressalta que o segmento de segurança corporativa representa 26% da receita, enquanto armazenamento tem 37% de participação e serviços, 8%.
Como parte da estratégia para mudar essa face, o executivo, diz que a Symantec agora passa a se definir como empresa de proteção. E o novo lema segue as tendências identificadas pela empresa na área de armazenamento. "Identificamos que a redução dos custos é tida como prioridade pelas organizações, além de novas iniciativas para aprimorar os data centers em termos de armazenamento e suporte", explica Grava, ao listar ainda a importância dos planos de recuperação de desastres e a adoção de serviços e conformidade com as regulamentações.
Ele ressalta que, no caso específico do Brasil, o custo ocupa a quarta posição na lista de prioridade das empresas, com 14%, segundo uma pesquisa realizada pela proporia Symantec. "Os itens mais citados nesse estudo foram melhorar o nível de serviços para os usuários e aumentar a disponibilidade."
O executivo avalia que deve haver uma forte demanda neste ano por soluções de gestão do armazenamento. "Hoje 60% do que é armazenado pelas empresas não é utilizado. Por isso, a importância em gerenciar esse ambiente", justifica Grava, acrescentando que os sistemas estão mais complexos com a virtualização, o que exige uma administração de riscos mais acurada e com maior segurança.
Saúde financeira
Questionado durante a conferência sobre a saúde financeira da empresa, já que divulgou um prejuízo líquido de US$ 6,81 bilhões no terceiro trimestre do seu ano fiscal de 2009, encerrado em 2 de janeiro, diante de uma receita no período de US$ 1,51 bilhão, o executivo explicou que a razão de tamanha perda se deve à aplicação do chamado coeficiente de depreciação não-monetária, conhecido no jargão contábil como goodwill, que é o valor da empresa (valor dos ativos) e o seu valor de mercado.
Como a Symantec comprou várias empresas no ano passado, pagando acima do valor de mercado, com o agravamento da crise financeira mundial, ela agora teve de rever as estimativas de retorno do investimento e aplicar o coeficiente e lançar nos livros contábeis, conforme exige a lei nos Estados Unidos. "Embora do ponto de vista da saúde financeira da empresa isso não tenha nenhum impacto, no que diz respeito ao resultado GAAP, que determinada os princípios contábeis aceitos nos EUA, a contabilização é necessária. "Pelo resultado não-GAAP, o lucro da Symantec seria de US$ 350 milhões, o que representa um crescimento de 22% na comparação com os US$ 292 milhões registrados no mesmo período do ano fiscal anterior", afirma Grava.

DEIXE UMA RESPOSTA

Por favor digite seu comentário!
Por favor, digite seu nome aqui

This site is protected by reCAPTCHA and the Google Privacy Policy and Terms of Service apply.