Embora uma série de iniciativas tenham levado a soluções digitais inovadoras bem-sucedidas, seu impacto na sociedade permanece limitado e distribuído de forma desigual. A ampliação dessas soluções é crucial para ajudar cidades e comunidades a cumprirem suas metas climáticas e reduzir o impacto ambiental entre outros benefícios.
Com o objetivo de incentivar a adoção de Soluções de Smart Cities através da Europa, mais de sessenta (60) cidades da União Europeia, assinaram a Declaração "Join, Boost, Sustain"[1] (Junte-se, Aumente, Sustente), para que juntas, possam promover e acelerar este processo Também visam incentivar a participação dos cidadãos e contam com ajudar todos os tipos de empresas, incluindo PMEs e start-ups, a prosperar. Conforme expresso na declaração:
"É hora de todos os níveis de governo na UE unirem forças para ampliar soluções digitais para que pelo menos 300 milhões de europeus possam desfrutar de uma melhor qualidade de vida até 2025. Incentivar o uso de soluções digitais comumente acordadas entre regiões, cidades e comunidades ajudará a fechar a divisão digital e reduzir as desigualdades por uma coesão territorial mais forte".
A assinatura da Declaração começou oficialmente durante o evento Oulu Boost na Finlândia em 12/10/2019 e continuou online até o Fórum de Cidades no Porto, em Portugal, ocorrido em 31/1/2020. É o primeiro acordo pós-Brexit, e representa um importante ponto para que a Europa passe a ter um desenvolvimento sustentável, através de um diálogo diferente entre governos e cidadãos
Meu amigo Jorge Saraiva, cidadão de Braga em Portugal e um dos grandes líderes Europeus neste processo de adoção de Smart City, foi um dos participantes desse encontro em O Porto e comenta que:
"Primeiro, tem de se entender diretamente com as cidades: elas representam quase 70% da população da UE! Se queremos um diálogo direto com os Europeus, as cidades são o canal. Reduzir intermediários é uma necessidade.
Segundo, temos de desenvolver um entendimento, uma forma de comunicação eficaz. A UE tem uma missão, mais do que nunca e com pouca margem de erro. A missão é o progresso sustentável! A UE deve definir as metas da. Missão Europeia e as cidades devem contribuir diretamente para essas metas".
Os princípios fundamentais desse acordo incluem:
- uma abordagem centrada no cidadão;
- uma abordagem liderada pela cidade a nível da UE;
- a cidade como um ecossistema de inovação orientado por cidadãos e aberto;
- acesso, uso, compartilhamento e gerenciamento de dados e responsabilidade social;
- tecnologias como principais facilitadores;
- plataformas digitais interoperáveis baseadas em padrões abertos e especificações técnicas, Interfaces de Programação de Aplicativos (APIs) e modelos de dados compartilhados.
Além disso, as cidades signatárias também se comprometeram em adotar medidas financeiras, objetivando reduzir o custo das soluções a serem adotadas através de boas práticas de compras, sinergia na utilização de fundos e focando nos investimentos locais para acelerar a transformação digital.
Sob o aspecto técnico está adoção de padrões e especificações técnicas que permitam a interoperabilidade de dados, sistemas e plataformas.
A construção de um marco regulatório comum é também um dos objetivos desta declaração, bem como a promoção de processos educacionais visando a capacitação da mão de obra técnica e administrativa necessária para atender os objetivos almejados.
Por último, o desenvolvimento de metodologias para poder medir e avaliar o benefício que estas iniciativas vão trazer aos cidadãos, negócios e administração pública.
Mais além da Europa, a Coreia lidera a Asian Network e Smart Africa lidera a African Network. Em formação está a American Network. Quem sabe conseguimos que o Brasil se junte a esta iniciativa e tome a liderança na America Latina.
Lorenzo Madrid, presidente do Smart City Business Institute – USA.