Um velho ditado diz que pouco ou nada há para fazer depois da casa arrombada.
Muitos executivos ainda resistem em investir em um sistema de gerenciamento de falhas. A desculpa é sempre a mesma: estamos tantos anos sem problemas. Por que agora irá acontecer? Viver sobre a corda bamba da descontinuidade do negócio é um risco que muita gente teima em fazer.
Quando acontece um desastre que afeta seriamente a continuidade do negócio pergunta-se como não agimos preventivamente. As desculpas do pessoal de TI são sempre as mesmas: "nós mostramos diversas vezes que algo assim poderia acontecer, porém ninguém acreditou".
Infelizmente, quando isso acontece, já é tarde e não resta outra coisa a não ser correr e gastar muito dinheiro para restabelecer os sistemas, acalmar os clientes e tentar reaver as vendas perdidas com a indisponibilidade.
Os executivos esquecem, mas existem diversas histórias de empresas que quebraram porque perderam todas as suas informações e não conseguiram recuperar sua operação antes que seus compradores migrassem para outros fornecedores.
A prática mostra que TI possui grande dificuldade em mostrar as necessidades e os motivos para se ter um sistema de gerenciamento de falhas. É comum, meses depois da implantação de uma ferramenta, os executivos questionarem os motivos das despesas mensais com a operação de um sistema de gerenciamento de falhas, uma vez que há tempos nada acontece. Como ninguém consegue defender a permanência do sistema, o contrato com o prestador é rompido e a empresa volta a ficar nas mãos do acaso e da sorte.
O ciclo em breve irá recomeçar. Uma nova descontinuidade irá ocorrer, muito dinheiro será investido para se recuperar o sistema e um novo contrato com uma fornecedora de sistemas de gerenciamento de falhas voltará a ocorrer.
Para terminar com esta roda viva que parece sem fim, cabe ao pessoal de TI saber identificar as melhorias contínuas nos sistemas, apontar periodicamente os riscos que foram diminuídos graças ao sistema de gerenciamento e lembrar constantemente aos executivos que, diferente do que muitos acreditam, o raio da descontinuidade de negócio cai bem mais do que uma vez sobre as mesmas empresas.
Alberto Parada, co-fundador do Descomplicado Carreiras (Sistema de orientação de carreira), Colunista e Palestrante especializado em carreiras, atua há mais de 25 anos como executivo no mercado de tecnologia em empresas como: Sênior, IBM, Capgemini, Fidelity, Banespa, e mais de 12 anos como Professor Universitário no Lassu-USP FAAP e FIAP. Formação em administração de empresas e análise de sistemas, com especialização em gerenciamento de projetos e mestrando em Gestão de Negócios pela FIA, voluntário no HEFC hospital de retaguarda para portadores de Câncer.