Abinee avalia bom resultado do trimestre, mas faz alerta

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As vendas da indústria eletroeletrônica continuaram aquecidas em março passado, seguindo a tendência já revelada no mês anterior, mantendo o bom ritmo registrado nos dois primeiros meses deste ano. As expectativas quanto ao desempenho do 1º trimestre são de que os negócios do setor eletroeletrônico superem os registrados em igual período do ano passado.

Essas são estimativas da Abinee, entidades que congrega as empresas do setor eletroeletrônico, divulgadas nesta sexta-feira, 4/4, que, no entanto alerta que três importantes preocupações, que poderão inibir o crescimento do setor nos
próximos meses, caso não sejam solucionadas:

*a greve dos auditores fiscais da Receita Federal, iniciada no dia 18 de março, por tempo indeterminado, que está atrasando a liberação da importação de insumos e componentes. Isto poderá prejudicar a produção no curto prazo uma vez que os estoques de insumos das empresas são reduzidos;

* a crise na economia dos Estados Unidos, poderá interferir na decisão de investimento de algumas empresas ou setores. É importante destacar que, até o momento, o que existe é só preocupação, não sendo indicado nenhum fato concreto a este respeito;

* o forte crescimento das importações de produtos eletroeletrônicos, que em 2007, atingiram US$ 24 bilhões, com previsão de se aproximar de US$ 30 bilhões no final de 2008. Nota-se que a desvalorização do Dólar frente ao Real deverá permanecer neste ano, colocando a indústria local em condições desiguais de competitividade com os produtos estrangeiros. Além desses pontos, os recentes aumentos de preços do aço e do gás deverão onerar significativamente alguns importantes setores da indústria.

Para a Abinee, somente dois segmentos da indústria eletroeletrônica não avaliaram bem o desempenho do trimestre: o de Componentes Elétricos e Eletrônicos e o de Distribuição de Energia Elétrica.

No primeiro caso, as permanentes dificuldades com a concorrência estrangeira e do acesso ao mercado vêm se agravando com a forte valorização da nossa moeda, aumentando a concorrência com os componentes importados, especialmente de origem chinesa. Apesar disso, o segmento contou com o aquecimento de alguns mercados da área industrial e do mercado automotivo.

No segundo, em função do ritmo mais lento dos investimentos na infra-estrutura de distribuição de energia elétrica em relação aos anos anteriores.
Além desses segmentos, e apesar da boa avaliação das empresas da área de Informática, dados divulgados pelo IBGE dão conta de que a produção desta área, no 1º bimestre deste ano, ficou 8,1% abaixo da realizada no 1º bimestre de 2007.

Este fato é atribuído à elevada base de comparação, uma vez que o ano de 2007 apresentou elevado desempenho em função das medidas adotadas pelo governo de combate ao mercado cinza e ações para a disseminação da tecnologia digital, e, também, pelo ajuste do estoque ocorrido no início deste ano.

Conforme estudo contratado pela Abinee, a participação do mercado cinza de PCs reduziu de 70% do mercado total, em 2003, para 35%, em 2007, com previsão de atingir 29%, no final de 2008, caso venha a ser controlada a importação ilegal de notebooks.

No caso das Telecomunicações, a inclusão digital também está incrementando os investimentos na área de infra-estrutura devido ao aumento dos acessos à internet, tanto em banda larga, como em acesso discado.

A entidade avalia que os negócios de telefonia móvel continuaram em expansão, com perspectivas favoráveis para 2008, em decorrência, principalmente, da tecnologia 3G que deverá trazer novos investimentos em infra-estrutura e aumento de demanda por novos aparelhos. Porém, a falta de investimentos mais representativos na expansão da rede de telefonia fixa continua sendo um entrave para a melhoria do desempenho de Telecomunicações.

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