A ABRASAT, Associação Brasileira das Empresas de Telecomunicações por Satélite, que reúne entidades privadas brasileiras no setor espacial e de satélites, e a SIA-Índia – Satcom Industry Association, uma das principais associações do setor espacial daquele país, acabam de assinar um Memorando de Entendimento (MoU), para fomentar a colaboração e o avanço no domínio espacial.
O MoU simboliza o compromisso mútuo das associações em avançar sua parceria estratégica no setor espacial, abrindo caminho para empreendimentos inovadores e cooperação tecnológica. Espera-se que ele facilite a expansão dos negócios e a cooperação entre Índia e Brasil em várias áreas, como comunicação por satélite, lançamentos de foguetes e satélites, desenvolvimento de carga útil, plataformas de satélites e instrumentação terrestre.
"Índia e Brasil, como aliados-chave, têm uma longa história de trabalho conjunto em fóruns bilaterais, multilaterais e plurilaterais, incluindo BRICS, IBSA, G4, G20, BASIC, ONU, OMC, UNESCO e OMPI. As empresas de satélites e espaciais de ambos os países devem aprofundar sua cooperação em várias áreas emergentes de comunicação por satélite, abrangendo uma ampla gama de tecnologias e serviços, incluindo conectividade de banda larga, iniciativas de inclusão digital, radiodifusão, navegação, sensoriamento remoto, telecomunicações, aplicações militares e de defesa, e sistemas de resposta a emergências.
Portanto, essa parceria estratégica ajudará a indústria de satélites de ambos os países a facilitar uma conectividade regional e global contínua, possibilitando comunicação confiável, transmissão de dados e compartilhamento de informações em diversos setores e regiões geográficas, desde áreas remotas carentes de infraestrutura terrestre até operações críticas em defesa e cenários de emergência", disse o Dr. Subba Rao Pavuluri, Presidente da SIA-Índia.
"Brasil e Índia têm um histórico positivo de colaboração no setor espacial, incluindo o bem-sucedido lançamento do satélite Amazonia 1, um satélite brasileiro de observação da Terra. Este MoU estabelece as bases para um avanço significativo no fortalecimento de laços e na abertura de novas oportunidades para colaboração e benefício mútuo, com foco em áreas e aplicações muito diversas, visando alavancar a indústria de satélites de cada país", disse Mauro Wajnberg, Presidente da ABRASAT.
"Índia e Brasil, com um PIB combinado superior a US$8 trilhões, têm importante participação na economia global, e estão prontos para mais crescimento e colaboração. A política progressista de IED (Investimento Estrangeiro Direto) da Índia no setor espacial, permitindo 100% de IED, sinaliza uma nova era de oportunidade para ambas as nações. Essa liberalização não apenas estimula a criação de empregos, mas também fomenta o avanço tecnológico, pavimentando o caminho para a autossuficiência e a integração nas cadeias de valor globais. Isso está alinhado com as iniciativas 'Make In India' e 'Atmanirbhar Bharat' da Índia, sinalizando um futuro brilhante de inovação e empoderamento econômico", disse Anil Prakash, DG, SIA-Índia.
"Ambos os países têm um longo histórico de desenvolvimentos bem-sucedidos no mercado espacial e de satélites, como podemos perceber pelas políticas de inclusão digital implementadas pelo governo brasileiro, desde a universalização da TV até o acesso à internet para escolas públicas, bem como pelo trabalho constante da ANATEL, entidade reguladora brasileira, promovendo o uso da tecnologia e construindo um ambiente positivo para o desenvolvimento de todos os tipos de serviços de satélite, incluindo a exploração das posições orbitais brasileiras", disse Fábio Alencar, responsável pelo Desenvolvimento de Negócios Internacionais da ABRASAT.
Além disso, os crescentes setores espaciais da Índia e do Brasil, caracterizados por um esperado incremento de atividades de lançamento, impulsionadas pelo setor privado, e de implantações de satélites para comunicação e sensoriamento remoto, oferecem vastas perspectivas comerciais. O MoU entre a SIA-Índia e a ABRASAT irá explorar as novas dinâmicas de mercado, desenvolvimento de infraestrutura, avanços tecnológicos, empreendedorismo, fontes de financiamento e investimentos privados, fornecendo uma plataforma para os players do setor fazerem networking e capitalizarem em perspectivas emergentes.