A Netshoes está colhendo os frutos de ter sido a pioneira em comércio móvel no mundo a bancar o tráfego dos consumidores em seus apps. Em quatro meses de experiência, iniciada em novembro, a empresa registrou um aumento de 60% na quantidade de transações, de 54% na receita e de mais de 60% nas conversões no ambiente móvel, somando app e site móveis. Se considerado apenas o app, a receita cresceu 262% e a conversão, 271%. A comparação foi feita entre os quatro primeiros meses de tráfego patrocinado e os quatro meses anteriores ao lançamento da novidade. Os números foram apresentados durante o 15º Tela Viva Móvel, nesta quarta-feira, 4, em São Paulo, por Marcelo Castelo, fundador e CEO da MUV, empresa responsável pela negociação do projeto entre Netshoes e as quatro maiores operadoras brasileiras.
Castelo mostrou também que antes de o Netshoes pagar pelo tráfego em seus apps, as redes das operadoras respondiam por 25% da receita gerada em vendas via dispositivos móveis. Os 75% provinham de compras feitas em redes Wi-Fi. A participação das redes móveis vinha caindo continuamente, mas a tendência se reverteu após a iniciativa e a rede móvel agora responde por 28%. "Fizemos esse projeto no momento certo. Se demorasse mais, o 3G representaria pouco das vendas", comentou.
Candidatos
Seguindo os passos de iniciativas como a do Bradesco (primeira empresa a adotar o modelo de patrocínio de acesso a dados móveis) e, mais recentemente, com a do Netshoes, outras empresas brasileiras analisam oferecer acesso patrocinado para seus apps móveis. É o caso do MercadoLivre e do aplicativo de contratação de frete com caminhões TruckPad. O interesse de ambas foi revelado durante o 15o Tela Viva Móvel nesta quarta, 4, em São Paulo.
O diretor de marketplace do MercadoLivre, Leandro Soares, explica que o grande gargalo no acesso é para o consumidor das classes B, C e D, que geralmente possuem celular pré-pago e sofrem mais o impacto do limite da franquia de dados. "Estamos estudando a possibilidade para que a navegação seja gratuita", afirma. O executivo não deu mais detalhes se já há negociação com operadoras e com quais delas estaria conversando.
Por sua vez, a TruckPad estuda adotar o acesso patrocinado para o app usado pelos caminhoneiros, disse o diretor da empresa, Leandro Morais.