Mercado de M2M promete crescimento acelerado, diz estudo

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    Apesar de o número de dispositivos ligados à internet ainda ser pequeno no Brasil, a conexão e comunicação entre máquinas (M2M) deve continuar aumentando no país. Um estudo encomendado à Convergência Research pela fabricante de chipsets para dispositivos móveis Qualcomm prevê que a "internet de todas as coisas" (IoE, sigla da expressão em inglês Internet of Everything) se consolidará rapidamente no mercado brasileiro.

    O levantamento, que compõe o Índice Qualcomm da Sociedade da Inovação (QuISI), revela que o Brasil já é o terceiro maior mercado do mundo em número de conexões M2M móveis, com 8,3 milhões de conexões e 3% de penetração — de acordo com dados de 2013 da Anatel —, o que representa um crescimento de nove vezes em cinco anos, empatado com o Japão, com quase 8 milhões de conexões.

    O país número 1 em conexões M2M móveis é a China, com 34,7 milhões de conexões, seguida pelos Estados Unidos, com 28,6 milhões de conexões. O estudo aponta que existem 16,3 milhões de conexões M2M móveis na América Latina, com uma taxa anual de crescimento variando entre 20% e 30%, dependendo do país.

    Somente no Brasil, as vendas de serviços de conectividade M2M movimentaram US$ 225 milhões no ano passado. O relatório aponta que o setor de pagamentos é o mais desenvolvido no país, com 55% de participação no total de conexões que podem ser consideradas IoE, enquanto o segmento de veículos é responsável por 30% das conexões M2M móveis. Ainda de acordo com a pesquisa, foram contabilizadas 250 mil conexões M2M móveis na indústria e 400 mil conexões M2M no segmento de utilities.

    No entanto, o QuISI IoE, que analisa seis áreas de aplicação da conectividade de objetos ou máquinas (veículos, utilities, indústrias, saúde, pagamentos e outros), com foco especial em conexões M2M móveis, mostra o Brasil com apenas 1,17 ponto (de 100 possíveis), enquanto a Suécia, o país com maior índice de adoção de tecnologias de IoE, tem 10,07 pontos.

    TIC nas empresas

    O estudo da Qualcomm divulgado nesta terça-feira, 20, compõe o segundo módulo que, além da internet de todas as coisas, inclui também empresas e mobilidade. De acordo com o QuISI Empresas, que identifica o estágio atual de uso das tecnologias da informação e comunicações (TICs) pelas empresas e sua representatividade dentro da economia digital, o Brasil contabilizou 30,3 pontos (de 100 possíveis). Embora 83% das empresas estejam conectadas à internet no país — considerando somente as organizações com mais de dez funcionários esse índice chega 98% — o relatório indica que ainda existe uma grande demanda digital no país.

    O estudo diz que o maior desafio é fazer com que as microempresas (com menos de dez funcionários) atinjam um nível de penetração semelhante ao das empresas maiores, visto que a porcentagem de organizações não conectadas à internet (17%) é significativa. "Isso limita o potencial de inovação tanto dos funcionários como das próprias empresas", segundo Rafael Steinhauser, presidente da Qualcomm para a América Latina. O número de empresas conectadas à internet que ainda não tem presença na web também é considerável. Segundo o estudo, metade das empresas no país ainda não possui um website ou uma página em rede social, contra 44% que têm perfil ativo nas redes sociais e 45% que têm um website.

    Mobilidade

    A pesquisa revela ainda que 21% dos funcionários das empresas conectadas usam o smartphone e 4% utilizam tablet como ferramenta de trabalho. O relatório também evidencia que o uso de aplicativos móveis ainda é baixo. Entre 15% e 20% das empresas pesquisadas usam algum aplicativo específico, como para consulta de estoque de produtos, enquanto 60% utilizam aplicativos genéricos como, por exemplo, de gerenciamento de contatos. Já 26% das empresas conectadas usam no mínimo um aplicativo na nuvem, sendo que os mais procurados são os para armazenamento online, como o Dropbox.

    A Convergência Research prevê ainda que, até 2020, o Brasil terá 55 milhões de conexões M2M móveis, segmento que movimentará US$ 1 bilhão.

    Para realizar o estudo, o instituto de pesquisas ouviu 230 empresas – 200 pequenas e médias empresas e 30 companhias de grande porte – de 72 países, mas tendo como foco principal o México e o Brasil.

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