Tripé 5G, Edge Computing e Cloud exige mudança cultural na organização

0

O início da operação da rede 5G em Brasília, em julho deste ano, simboliza o marco inicial da entrada da quinta geração de internet móvel no país. Esta rede, que promete uma revolução na velocidade de conexão e na experiência de imersão para os usuários finais, têm repercussões ainda mais significativas nas empresas e nos setores produtivo e de serviços.

Levantamento da PwC estima que o impacto do 5G no PIB Global seja de US$ 1,3 trilhão até 2030. As empresas que saírem à frente ao priorizar o investimento na implantação da tecnologia irão acelerar os resultados do negócio. Automatização das linhas de produção industrial, Inteligência Artificial (IA), computação de borda (Edge Computing) e Internet das Coisas (IoT) são algumas das tecnologias que serão escaladas com o uso do 5G.

Para atingir esse potencial de interconectividade, a quinta geração de internet móvel precisa ter suas funções de rede em infraestrutura Cloud Native. E aí a complexidade do processo se intensifica: enquanto o 4G foi construído majoritariamente em ambientes físicos, com apenas algumas funções virtualizadas, o 5G demanda uma infraestrutura em nuvem. Os mesmos benefícios que a cloud irá proporcionar – escalabilidade, flexibilidade, inovação – trazem desafios adicionais para a operação.

Imagine que em um modelo tradicional de rede, as funções são revisitadas somente quando deixam de fazer sentido para o negócio, ou param de funcionar. A atualização de um core de rede é feita a cada dois anos em média. Quando passamos a falar de 5G com Cloud Native, esse cenário muda completamente. Existem soluções em nuvem que têm novas versões a cada três meses. As operadoras terão não só de se adaptar a essa nova realidade como também garantir compatibilidade e interoperabilidade entre os sistemas, sem afetar a entrega ao usuário do serviço.

A terceira ponta desse tripé tecnológico, o Edge Computing, será o principal potencializador da coleta, armazenamento e processamento de dados críticos do negócio em sites locais, dispositivos conectados ou em gateways próximos ao sensor que gera os dados. Essa tecnologia tem o potencial de agilizar a tomada de decisões e também reduzir o investimento em data centers, cloud e tráfego de dados e também impulsiona a automação e a conexão com máquinas inteligentes na operação, gerando impactos significativos em diversos negócios.

Em um país continental como o Brasil, o Edge Computing será fundamental para manufatura (fábricas conectadas), agronegócio (sensores e rastreadores no campo) e setor de logística (rastreamento de encomendas), exemplos de segmentos que serão fortemente impactados pelas potencialidades do uso dessas tecnologias.

No entanto, a adoção do Edge Computing é embrionária nas organizações, por se tratar de uma tecnologia nova, ainda sem modelos bem definidos. Mesmo as empresas de telecomunicações estão efetivando as primeiras aquisições da tecnologia e testando seu uso, que será essencial para impulsionar todas as potencialidades do 5G.

Mudança cultural em toda a operação

Esse oceano azul de benefícios gerado pelo tripé 5G, Edge Computing e Cloud irá exigir, no entanto, uma mudança radical nas organizações. O impacto vai muito além da área de tecnologia, que terá de lidar com novos cenários de alta complexidade em sua gestão e operação. Supply Chain, Jurídico e mesmo C-Levels devem se familiarizar com os novos modelos de contratação, compra, orçamento e precificação. A área de Recursos Humanos deverá buscar estratégias de capacitação das equipes e contratação de novos colaboradores com skills mais adaptados às novas necessidades do mundo 5G.

Em meio a uma mudança que promete ser avassaladora nos próximos anos, sair à frente é fundamental. A migração para o 5G em Cloud Native e o uso de Edge Computing são processos demorados, de longo prazo (pelo menos três anos), que devem ser iniciados o quanto antes. Contar com um parceiro de negócios que já vivenciou múltiplas experiências desse complexo processo é ter um importante aliado para agilizar etapas. Os que chegarem primeiro estarão munidos de aceleradores que certamente irão alavancar os modelos de negócio, operação e prestação de serviços da próxima década. 

Eduardo Terzariol, gerente sênior de Cloud da Logicalis Brasil.

DEIXE UMA RESPOSTA

Por favor digite seu comentário!
Por favor, digite seu nome aqui

This site is protected by reCAPTCHA and the Google Privacy Policy and Terms of Service apply.