O mercado brasileiro de PCs deve encerrar o ano com uma queda de 10%, e a expectativa para 2014 é que a perda chegue aos 6%. O principal fator que deve afetar as vendas de computadores pessoais é a realização da Copa do Mundo, já que a atenção do consumidor estará voltada para a compra de televisores, de acordo com dados do relatório Brazil Quarterly PC Tracker da IDC Brasil. Outro aspecto que deve influenciar negativamente, segundo a consultoria, é a junção da Copa, Carnaval e eleições.
O relatório mostra que o mercado de PCs no Brasil voltou a ter um desempenho ruim nas vendas no terceiro trimestre deste ano. Com 3,4 milhões de unidades comercializadas, apresentou queda de 4% em relação ao trimestre anterior e de 15% na comparação com o mesmo período de 2012. Do total de máquinas vendidas entre julho e setembro, 61% foram notebooks e 39% desktops. As receitas também registraram números negativos, porém em menor escala, com retração de 5% na comparação com o trimestre anterior e de 1% frente ao terceiro trimestre de 2012.
"Nos últimos anos houve uma popularização dos PCs e sua consolidação no mercado local. Agora, a tendência é de estabilidade com leve declínio, o momento do mercado é de maturidade, com oscilações mais conservadoras", avalia Bruno Freitas, diretor de consultoria da IDC. Ele ressalta que a dinâmica de preços deve ser impactada, por um lado, pela pressão do dólar e a incorporação de novas tecnologias aos equipamentos, como tela conversível, sensível ao toque e dispositivos mais finos, que devem elevar os preços, por outro lado, devido ao acirramento da competição, que tende a levar os fabricantes a baixarem os preços oferecendo produtos mais baratos do que a tendência de evolução do mercado indicaria.
O estudo da IDC mostra ainda que as vendas de desktop tiveram uma queda de 8% em relação ao trimestre anterior e de 14% em relação ao mesmo período de 2012. Os notebooks também tiveram um desempenho negativo no período e caíram 2% frente ao trimestre passado e 16% em relação a julho e setembro de 2012. "Ao contrário do que ocorreu em 2012, neste ano o governo não comprou computadores. Hoje percebemos uma preferência maior na compra de tablets pela rede pública de educação, o que impacta diretamente nas vendas de PCs", explica Pedro Hagge, analista da IDC.
Com o governo comprando menos computadores, o mercado sofreu uma retração de 14% frente ao segundo trimestre de 2013 e de 34% em relação ao mesmo período de 2012. Foram vendidas 932 mil unidades para o setor corporativo (27% do total). Já o nicho doméstico foi responsável por 73% das máquinas comercializadas. No mesmo período de 2012 eram 65%.
O crescimento da categoria de computadores ultrafinos foi outro ponto identificado no estudo. Segundo a IDC Brasil, os ultrafinos vêm conquistando de forma tímida, por enquanto, o espaço dos notebooks tradicionais e tiveram um crescimento nas vendas de 145% em relação a 2012 e 48% em relação ao trimestre anterior.