"A tecnologia ganhou relevância muito maior após a pandemia, que foi um acelerador para as empresas investirem para manter os negócios em funcionamento", destaca Denis Arcieri, country manager da IDC Brasil. O segmento de TI, que engloba o mercado consumidor e empresarial, deve crescer 11,1%, enquanto o setor de telecom deve crescer 1,9%, ainda que impulsionado pela maior demanda de serviços digitais.
Os números de crescimento vieram acompanhados também do otimismo da classe empresarial. Segundo a IDC, mais da metade das empresas brasileiras acreditam que vão aumentar os investimentos em tecnologia em relação a 2020, enquanto cerca de 30% esperam manter o mesmo nível. Apenas pouco mais de 10% das companhias pretendem diminuir os investimentos.
Nuvem e inteligência artificial mantêm posições de tendências
A IDC prevê que a necessidade de conectar e gerenciar ambientes multicloud se tornará um desafio para as empresas, assim como otimizar o consumo de nuvem e dar maior agilidade ao desenvolvimento. Para lidar com isso, Luciano Ramos, gerente de Pesquisa e Consultoria na IDC, aponta que as empresas deverão repensar planos de modernização. Como consequência, os investimentos em nuvem devem ser acelerados.
Os gastos com infraestrutura (IaaS) e plataforma (PaaS) em nuvem pública devem atingir US$ 3 bilhões neste ano, um crescimento de 46%. A nuvem privada também deve crescer e os gastos podem chegar a US$ 614 milhões, impulsionada pela nuvem privada como serviço (DCaaS), que avançará 15,5%.
Já o investimento em inteligência artificial (AI) deve aumentar para dar maior produtividade às empresas. Segundo a IDC, as empresas estão de olho em adquirir soluções que já venham com AI embarcada, em busca de otimizar sua força de trabalho. Com a ampliação dos casos de uso e aplicações dessa tecnologia, a perspectiva é que os gastos cheguem a US$ 464 milhões.
Ramos destaca, no entanto, que as empresas não estão investindo em projetos próprios de AI. "A inteligência artificial passa a permear diversas soluções de mercados, mas projetos de empresas construindo suas AI. Apenas um quarto das grandes empresas brasileiras estão fazendo isso", afirma. Segundo ele, o setor avança em ritmo lento e a perspectiva é que a AI se tornará elemento central para lidar com volume de dados, que é onde ela extrai mais valor.
5G
A IDC também aponta que a massificação do 5G no Brasil deve começar ainda em 2021, em decorrência dos leilões de frequências, impulsionando outras tecnologias. A perspectiva é que a novidade gere US$ 2,7 bilhões de receita entre 2021 e 2022 no País, já considerando o release 16. O foco não vai ser na prestação de serviço de conectividade, mas em casos de uso de verticais, alinhadas ao negócio da empresa, aponta a IDC.