O presidente do Banco Espírito Santo (BES), Ricardo Salgado, defendeu neste domingo (4/3) que será melhor a separação da Portugal Telecom e da Telefônica no Brasil, depois de a operadora espanhola ter votado ao lado da Sonaecom na assembléia geral de acionistas da PT, realizada na sexta-feira (2/3), que rejeitou alterar o estatuto da companhia em relação ao limite de capital que um investidor pode ter, uma condição para o prosseguimento da oferta pública de aquisição apresentada pela Sonaecom, de 11,8 bilhões de euros.
A Portugal Telecom e a Telefônica dividem o controle da Vivo, cada uma com 50% do capital da operadora brasileira. "Vejo como difícil [a manutenção da parceria] por que a posição da Telefônica extremou-se demasiado e passou a ser um elemento que não faz sentido", afirmou o presidente do BES em declaração ao Telejornal, da emissora portuguesa RTP1. "Será melhor a separação. Após as circunstâncias a que chegamos vai ser difícil a convivência entre as duas", acrescentou Salgado.
O presidente do BES disse ainda que o banco vai permanecer na Portugal Telecom como acionista de longo prazo. "O BES desde muito cedo afirmou que a posição na PT é, há muitos anos, um investimento de longo prazo", disse Salgado. O banco, que é um dos maiores acionistas da Portugal Telecom, com uma participação de 8,08%, "pretende continuar na PT como investidor de longo prazo", afirmou.
Questionado sobre o valor oferecido pela Sonaecom na OPA, de 10,5 euros por ação da Portugal Telecom, Salgado disse que o preço não teve "consideração pelo valor real da empresa, e era relativamente baixo".
A OPA lançada há pouco mais de um ano pela Sonaecom sobre o grupo Portugal Telecom terminou na sexta-feira, depois de a maioria dos acionistas da operadora ter votado contra a desblindagem dos estatutos, condição essencial para o sucesso da oferta.