Leis de apoio à inovação têm avanços, mas ainda há obstáculos, dizem entidades

0

As novas leis e programas de incentivo à inovação trouxeram alguns avanços para o país, mas ainda há obstáculos há superar. Essa foi uma das principais conclusões do painel ?Resultados da aplicação da nova legislação e dos novos programas de fomento à inovação?, apresentado na segunda-feira (4/6) na 7ª Conferência Anpei de Inovação Tecnológica, que está sendo realizada em Salvador e termina nesta quarta-feira (6/6).

A questão foi abordada por representantes da Financiadora de Estudos e Projetos (Finep), do BNDES, da Associação Brasileira de Desenvolvimento Industrial (ABDI) e do Ministério da Ciência Tecnologia (MCT).

Para o diretor de gestão da ABDI, Clayton Campanhola, que falou sobre o tema ?Inovação e Segurança Jurídica?, a existência de um marco regulatório claro e estável é condição inevitável para a consolidação de qualquer segmento econômico. ?Surpresas ou alterações freqüentes no plano legislativo ou, até mesmo, na interpretação dada a determinada norma pelos órgãos administrativos ou judiciais responsáveis por sua aplicação devem ser evitadas a todo custo?, disse. De acordo com ele, isso ainda não é uma realidade no Brasil. ?Ainda há conflitos entre as normas de incentivo, como a Lei de Inovação e Lei do Bem e a Lei de Licitações.?

O diretor da Finep, Carlos Ganem, que abriu o painel, fez um balanço dos 40 anos de atividades da instituição, concentrando-se no período 2003-2006 e adiantando o que está previsto para 2007-2010. Segundo ele, o número de operações de financiamento (reembolsáveis e não reembolsáveis) contratadas pela Finep, de 2003 a 2006, passou de 464 para 1.328, e o valor subiu de R$ 588,1 milhões para R$ 996,7 milhões. Para o período de 2007-2010 os totais de financiamento programados são de R$ 6 bilhões, além de uma contrapartida das empresas de R$ 1,58 bilhão e uma renúncia fiscal de R$ 17,9 bilhões.

Ganem também listou uma série de desafio que a Finep terá de enfrentar nos próximos anos, entre quais um dos principais é difundir a relevância da inovação e tornar a instituição mais visível no cenário político nacional. ?Outros desafios são atuar orientada por estratégias, priorizando políticas do MCT e aumentar a disponibilidade orçamentária dos fundos setoriais, com redução total da reserva de contingência até 2010?, disse.

Ao falar sobre a atuação do BNDES na área de inovação, Aloysio Asti, observou que os programas do banco procuram ser intensivos em financiamento e capitalização (redução de custos de capital) e na modernização da gestão e governança das empresas. Ele concluiu dizendo que o dinamismo industrial competitivo é fator-chave para crescimento do PIB e aumento de participação do Brasil comércio mundial.

No encerramento do painel, o secretário executivo do MCT, Luiz Antonio Rodrigues Elias, falou sobre ?O desafio da Inovação no Brasil?. Segundo ele, houve grandes avanços, como o surgimento de novos marcos regulatórios e instrumentos e formatos de financiamento e aperfeiçoamento da gestão dos fundos setoriais e o fato de a ciência, a tecnologia e a inovação terem se tornado uma questão de Estado. ?Nos próximos anos, a Lei de Inovação e a Lei do Bem deverão mudar o cenário da inovação no Brasil?, previu. Para isso, de acordo com ele, será necessário, no entanto, mobilizar o setor privado para ser mais dinâmico na promoção do desenvolvimento tecnológico.

DEIXE UMA RESPOSTA

Por favor digite seu comentário!
Por favor, digite seu nome aqui

This site is protected by reCAPTCHA and the Google Privacy Policy and Terms of Service apply.