A Cisco, detentora da marca Linksys de roteadores de internet para uso doméstico, baixou o tom que vinha adotando em relação a revisão dos termos e políticas de atualização de um firmware do dispositivo. A mudança de discurso ocorreu após ter recebido duras críticas de usuários por suposta violação de privacidade com o upgrade.
Na semana passada, os usuários de um modelo avançado de roteadores Linksys foram convidados a realizar o login em um novo serviço, o Cisco Conect Cloud. Isso foi oferecido somente aos clientes que optaram por receber mensagens de atualizações automáticas relacionadas ao aparelho, no momento em que o usaram pela primeira vez.
O Cisco Connect Cloud funciona como uma ferramenta baseada na internet para gerenciar a rede local do usuário. Tradicionalmente, os roteadores são controlados por uma aplicação que opera na máquina à qual eles estão conectados ou até mesmo por um endereço em um navegador de internet. Ou seja, a Cisco tentou migrar esse mecanismo para um serviço próprio e pegou alguns clientes de surpresa.
Os termos de uso dessa ferramenta estabelecem que, enquanto o usuário utiliza o roteador, a companhia “pode manter os registros de algumas informações sobre seu uso”. Dentre o que pode ser captado e armazenado pela Cisco, mencionados na lista de políticas de contratação do serviço, estão o status sobre velocidade da conexão, histórico de sites visitados na internet e outras informações a eles relacionadas.
A Cisco recebeu milhares de reclamações de usuários nos Estados Unidos. Segundo o blog de tecnologia All Things Digital, ligado ao The Wall Street Journal, a empresa classificou os termos antigos como um “erro” e atualizou o documento. O polêmico trecho em questão foi retirado e a redação da política de uso do Cisco Connect Cloud foi totalmente modificada, deixando de especificar quais informações podem ser guardadas pela companhia.