A Comissão Nacional para a Proteção de Dados de Portugal (CNPD) anunciou na quarta-feira, 4, que vai proibir os carros do projeto de mapeamento das ruas do Google, o Street View, de voltarem a circular no país. O órgão regulador afirmou que o site de buscas não tem autorização para publicar as fotos das ruas na internet.
O Street View estava suspenso desde que o Google admitiu que os carros do projeto armazenaram dados de acesso à internet de redes sem fio em todos os países nos quais foram feitos o mapeamento. A falha, descoberta por um órgão regulador alemão, chamou atenção dos órgãos fiscalizadores da privacidade on-line ao redor do mundo por violar o direito à privacidade das pessoas (veja mais informações em "links relacionados" abaixo).
A decisão do órgão português, no entanto, não está relacionada à coleta não autorizada de dados – segundo a CNPD, esta questão "ainda está sendo investigada" -, e sim ao fato de o Google ter publicado fotos de pessoas sem autorização. Segundo a porta-voz da CNPD, Clara Guerra, o Google Street View nunca cumpriu os requisitos para fotografar as ruas de Portugal. Ela explica que, embora o site de buscas tenha se reunido com o governo cerca de um ano antes do início das atividades do Street View no país, ele deveria ter feito um pedido formal para atuar e não o fez.
Em resposta, o Google afirmou que o Street View é legal em Portugal e "bastante útil aos cidadãos do país". O site de buscas informou que tem tecnologia para tirar o foco dos rostos fotografados e proteger a identidade das pessoas.
Google Wave
Em mais um tropeço no mundo das redes sociais, o Google anunciou, também na quarta-feira, que acabará com o Wave, o serviço de compartilhamento de arquivos e informações que usa a lista de contatos da ferramenta de e-mail Gmail. O site de buscas afirmou que, embora muitos tivessem ficado "muito entusiasmados" com a ferramenta social, ela "não teve a adesão esperada".
O Wave funcionava por meio do compartilhamento automático das atualizações de perfil feitas por usuários do Gmail, que eram enviadas para a lista de contatos. A característica instantânea da ferramenta, no entanto, desagradou a maioria dos clientes do Gmail e chamou atenção de órgãos reguladores mundiais por possivelmente afetar a privacidade dos internautas.
Por meio de post publicado em seu blog, o Google informou que, por causa da "grande quantidade de fãs", a tecnologia do Wave ainda será mantida e provavelmente usada em outros serviços. A ferramenta em si, entretanto, não será mais desenvolvida e o site do Google Wave já está fora do ar. Com informações do jornal Público e da Agência Lusa.
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