O centenário jornal americano Washington Post anunciou nesta segunda-feira, 5, que foi adquirido pelo bilionário Jeff Bezos, fundador e presidente-executivo da gigante de comércio eletrônico Amazon, numa transação avaliada em US$ 250 milhões.
Nos últimos anos, a empresa tem expandido os negócios fora da mídia, principalmente na área de educação, que atualmente responde por 55% de suas operações. O jornal contribui atualmente com apenas 14% dos negócios e vem perdendo receita. No ano passado, o Post teve prejuízo de US 53,7 milhões, de acordo com o The Wall Street Journal.
Bezos comprou o jornal diário e todas as suas publicações como pessoa física — a Amazon não tem relação com o negócio, que deve ser concluído em 60 dias. A Post Co. vai mudar de nome, mas a nova razão social ainda não foi definida. A única confirmação é que deve continuar como uma empresa de capital aberto, mesmo sem o jornal.
O Post foi fundado em 1877 e tem sido controlado pela família Graham desde 1933. O diário ganhou destaque com a revelação de papéis do Pentágono sobre a Guerra do Vietnã em 1971 e o escândalo Watergate, no ano seguinte.
Aposta na educação
Assim como o Post, outros grupos de comunicação têm apostado na área educacional. Um exemplo no Brasil é o grupo Abril, um dos maiores e mais influentes grupos de comunicação da América Latina. Fundada em 1950, a companhia hoje, segundo um membro da cúpula, já é o sétimo maior grupo mundial na área de educação.
A Abril Educação é formada pelas editoras de livros didáticos Ática e Scipione, o Sistema de Ensino SER e o Anglo, um dos maiores colégios e cursos preparatórios para vestibular do país. No ano passado, a unidade adquiriu 51% do capital da escola de inglês Red Balloon, por R$ 29,6 milhões.
Recentemente, a Abril Educação anunciou que tecnologia de ensino e formação de professores serão áreas prioritárias, para onde serão canalizados os investimentos e esforços nos próximos anos.