Conveniência – tudo em único local, melhores preços e confiança. Os marketplaces estão conquistando os consumidores online e se mostram cada vez mais uma estratégia de mercado para grandes e-commerces. Para esse modelo funcionar, os markeplaces têm de atrair muitos lojistas e seus milhares de produtos. Já os lojistas precisam ser capazes de se conectar aos marketplaces de forma descomplicada. A mágica para isso acontecer são as APIs, uma espécie de cola digital que faz a integração de sistemas de lojistas à plataforma de marketplace. A integração promovida pela API é o que acelera a atração de novos lojistas, responsáveis por uma boa parte do que é vendido em um marketplace.
A onda dos marketplaces teve início com a Amazon e a visão arrojada de Jeff Bezos, seu criador. No Brasil, a CNova, controladora das operações online do Extra, Ponto Frio e Casas Bahia, foi a pioneira, mas hoje tem a companhia de B2W e Walmart, além do Mercado Livre, um pouco diferente pois foca em anúncios de vendas e não em produtos únicos. Essas empresas enxergaram nesse modelo de negócios uma nova estratégia para melhor rentabilização dos seus core assets (tráfego e reputação): mais vendas, mais sortimento de produtos, menor complexidade logística e maior satisfação dos clientes.
No caso da Cnova, a API é responsável por facilitar o acesso dos lojistas ao sistema da empresa e disponibilizar seus produtos para venda. Plataformas de e-commerce e ERPs se conectam à API, o que permite a automatização da gestão do canal de vendas em um só ambiente e dispensa atualizações manuais. Na Amazon, 40% dos produtos vendidos, no último ano, eram de lojistas de seu shopping virtual, acumulando dois bilhões de produtos vendidos. Imagine só a fatia que a Amazon captura dessas transações!
Os marketplaces tornaram-se uma opção para o e-commerce e estão cada vez mais dentro das grandes marcas em diferentes setores como turismo, decoração, automóveis, livros, indústrias e software, além dos espaços que já são marketplaces por definição (a exemplo do Mercado Livre). A relação intermediada pela interface não se restringe aos lojistas e dados de estoque e entrega, mas se estende a descrições dos produtos, imagens da marca e meios de pagamento digitais.
É claro que para funcionar os shoppings virtuais precisam de uma infraestrutura eficiente. A API precisa ter uma documentação adequada para que o desenvolvedor possa realizar a integração com a plataforma do marketplace sem imprevistos. Isso diminui o onboarding – tempo que leva até as lojas se integrarem ao marketplace. Um portal para desenvolvedores com todas as informações necessárias, dicas, ambiente de testes e espaço para se comunicar com o suporte torna esse processo muito mais rápido e descomplicado.
Para o desenvolvedor que quer se integrar e está começando a trabalhar com a API, trazer exemplos de como usá-la, documentação de acordo com padrões de mercado e todas as informações que ele precisa, organizadas e de fácil acesso, fará com que sua experiência seja muito mais tranquila. Nesse processo, tecnologias de gerenciamento e exposição de APIs podem fazer com que o onboarding caia de meses para semanas.
Depois da integração, o lojista passa a contar com uma plataforma que automatiza todo o processo de venda pelo marketplace, desde cadastro de produtos, atualização de preço, estoque e atualização de pedidos. E ganha um novo canal de vendas, pronto para oferecer maior visibilidade para a marca e um número exponencialmente maior de possíveis compradores. Só na Cnova são cerca de 70 milhões de visitantes/mês, considerando as três lojas virtuais controladas pela rede.
A API é a chave para que as informações transitem de forma automatizada entre os lojistas e o seu shopping virtual. Segurança, diminuição de retrabalho e erros, velocidade e facilidade dessa conexão são incentivos para que mais parceiros façam parte de seu marketplace, trazendo maior diversidade de produtos, aumento da receita e oportunidade de venda de novos serviços. É por isso que para ingressar nessa onda e criar um marketplace, pensar na API que fará a integração com seus parceiros deve ser um dos passos iniciais para fomentar o negócio.
Kleber Bacili, CEO da Sensedia.