A Dell está tentando vender as fábricas de computadores que tem ao redor do mundo, num esforço para tentar reduzir custos e melhorar a lucratividade, segundo notícia publicada nesta sexta-feira, 5, pelo jornal americano The Wall Street Journal. O anúncio faz parte de um plano de revisão no modelo de produção da fabricante, que durante muito tempo foi a pedra angular da estratégia da gigante de PC, mas que nos últimos anos tem se mostrado pouco competitivo.
Nos últimos meses, de acordo com pessoas próximas à empresa, a Dell tem abordado outros fabricantes de computadores para oferecer suas plantas industriais. Segundo uma delas, a meta da empresa é vender a maior parte das fábricas – ou possivelmente todas – dentro dos próximos 18 meses. Aquelas que não forem vendidas poderão ser fechadas, disse a fonte, que pediu para não ser identificada. Com a venda, a Dell pretende fechar acordos com fabricantes terceirizados para produzir seus PCs.
O plano é decorrência da pressão dos acionistas que a Dell vem sofrendo para melhorar a sua rentabilidade. Ao divulgar o resultado financeiro do segundo trimestre na semana passada, a empresa apresentou um lucro decepcionante, o que contribuiu para a queda de suas ações em mais de 18%. Além disso, dede o início do ano passado, a fabricante vem tentando reduzir suas despesas operacionais, mas sem obter os resultados esperados, o que a levou a optar pela terceirização de sua produção, ainda que com atraso em relação a suas rivais que já terceirizaram a produção para parceiros.
Os candidatos mais prováveis são as grandes fabricantes que operam por meio de contratos de outsourcing – a maior parte dos quais localizados na Ásia – e que podem esperar para obter uma fatia maior dos negócios da Dell. A empresa que comprar uma fábrica da Dell terá como garantia o contratado para continuar produzindo os computadores da empresa, segundo informou outra fonte ao jornal que participou das conversações.
As fábricas da Dell foram originalmente projetadas para atender o mercado de desktops, impulsionadas por clientes corporativos que compravam grandes volumes de máquinas. Mas, ao longo dos últimos três anos, o crescimento da demanda foi deslocado para laptops vendidos aos consumidores em lojas de varejo. Com isso, a empresa tem ficado aquém dos concorrentes que possuem um sistema simplificado para fabricar computadores portáteis.