Empresas no Brasil estão despreparadas para a futura geração de trabalhadores

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As empresas no Brasil enfrentam uma iminente crise de talento no mercado de trabalho que ameaça as perspectivas de crescimento do país, segundo a pesquisa "Workforce 2020", realizada pela Oxford Economics em parceria com a SAP.

Para os empresários brasileiros ouvidos na pesquisa, as cinco principais mudanças que afetam o futuro do mercado de trabalho são: dificuldade de recrutar profissionais com competências básicas (66%), globalização da oferta de mão de obra (58%), maior número de funcionários sazonais/temporários (56%), aumento do número de consultores (55%) e envelhecimento da força de trabalho (50%).

Em muitos aspectos, o Brasil exemplifica os desafios que os profissionais de recursos humanos (RH) enfrentam para atender às demandas de uma força de trabalho que está mudando radicalmente, segundo o estudo. Ao contrário da maioria das outras partes do mundo, os executivos brasileiros classificaram o número crescente de consultores e profissionais temporários e sazonais como uma das principais cinco mudanças no mercado de trabalho. Isso, diz o relatório, contribui para um estilo de gestão de trabalho diferenciado.

De acordo com a Oxford Economics, para se manterem competitivas, as empresas precisarão fazer desse novo grupo, profissionais de alto desempenho e o caminho para isso envolve investir em amplos programas de treinamento, incentivos que gerem valor e liderança eficaz.

Perfil dos Millennials

Ao contrário do que acontece em outras importantes regiões do mundo pesquisadas, os jovens da geração Millennials, também conhecida com geração Y — nascidos entre 1980 e o ano 2000 —, que entraram para a força de trabalho não contribuíram para as principais mudanças que afetam as estratégias da força de trabalho nas empresas no Brasil. No entanto, semelhante aos entrevistados de todos os outros países, os executivos brasileiros parecem não entender bem a geração Y.

"A geração Y é um grande desafio para as empresas. Como o maior e mais experimentado grupo de trabalho em relação à tecnologia, eles representam também uma oportunidade relevante", afirma Cristina Palmaka, presidente da SAP Brasil. "As empresas que puderem despertar os Millennials para seus trabalhos, treiná-los para preencher as lacunas de experiência e se adaptarem ao estilo de trabalho deles poderão desenvolver uma força de trabalho que cumprirá com sucesso os objetivos de hoje e se moldará para gerar benefícios para os negócios de amanhã", explica.

Falta de entendimento

A pesquisa mostra também que apenas 23% dos profissionais brasileiros estão satisfeitos ou muito satisfeitos com o trabalho. Em outras regiões como Europa e Ásia-Pacífico esse índice é de 41% de satisfação.

No entanto, de modo similar a muitos outros países, há uma grande discrepância entre o que pensam os patrões e empregados sobre a remuneração competitiva: 70% dos funcionários a apontam como o item mais valorizado em termos de benefícios e incentivos, enquanto que apenas 35% dos empresários citam esse ponto como algo que a empresa oferece de forma ampla, ficando atrás de outros aspectos, como agenda flexível (45%), programas de treinamento complementares (39%) e local de trabalho flexível (39%).

A procura por competências avançadas em tecnologias, como software para análise de dados e em nuvem, deve crescer em todo o mercado. Para 58% dos funcionários no Brasil, suas empresas fornecem as ferramentas adequadas para ajudá-los a evoluir e melhorar o seu desempenho no trabalho. No entanto, 53% esperam ser proficientes em ferramentas analíticas no futuro, na comparação com apenas 22% que afirmaram ter hoje esse nível de competência.

Visão de futuro

O dado que mais chama a atenção nessa pesquisa é o fato de executivos no Brasil terem as taxas mais baixas para questões sobre visão de futuro da sua empresa, na comparação com o restante do mundo. Apenas 43% dizem que suas empresas têm um plano para por em prática a visão de gestão da força de trabalho que deseja desenvolver no prazo de três anos. Apenas 30% disseram que essas questões são estratégicas no nível hierárquico da diretoria.

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