Faleceu na tarde deste domingo, 4, Danilo Doneda, 52 anos, um dos principais especialista em proteção de dados, tendo atuado como coordenado da redação do anteprojeto da lei de proteção de dados (LGPD). Ele foi vítima de câncer, descoberto há apenas 3 meses.
Foi membro da Comissão de Juristas da Câmara dos Deputados para redação de projeto de lei sobre proteção de dados nos setores de segurança pública e investigação criminal. Membro do Grupo de Trabalho sobre proteção de dados e informações judiciais do Conselho Nacional de Justiça e dos conselhos consultivos do Projeto Global Pulse (ONU) e do Projeto Criança e Consumo (Instituto Alana).
Era doutor em Direito Civil pela Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ) e professor no Instituto Brasiliense de Direito Público (IDP). Foi pesquisador visitante na Autoridade Garante para a Proteção de Dados em Roma e na Università degli Studi di Camerino (Itália) e no Instituto Max Planck para Direito Privado Comparado e Internacional (Hamburgo, Alemanha).
Segundo o advogado Gustavo Artese, "o Brasil acaba de perder o seu patrono para a proteção de dados pessoais. Danilo Doneda nos deixou hoje, em circunstâncias que nos lembram como devemos valorizar e fazer bom uso do tempo que nos é dado na terra. Danilo foi nosso professor até nesse momento, já que foi implacável na perseguição de seu propósito, de sua razão de existência; como se sua alma já soubesse que tinha que ser incisiva por aqui. Como resultado, sua vida foi plena, tanto quanto uma vida pode ser"
Deixou obra e legados proporcionais à sua paixão pela proteção de dados pessoais, a qual surgiu ainda quando estudante. Fez da sua paixão, lei. É um feito raro; raríssimo. Só a inteligência, argúcia, sensibilidade, desprendimento, generosidade e compromisso, poderiam tê-lo levado a um resultado como esse", diz Artese.
Doneda nos deu a honra de sua participação em 2020 na 3ª edição do Data Protection Forum, evento pioneiro promovido pela TI Inside para discussão sobre proteção de dados e privacidade.
