Até o fim de 2008, a portabilidade numérica registrou 180.144 solicitações de usuários de telefonia móvel e fixa, dos quais 119.143 assinantes trocaram de operadora mantendo o número do telefone. Esse número revela, no entanto, que o serviço ainda não causou o impacto esperado, já que representa apenas 0,3% da base total de assinantes de telefonia fixa e móvel do Brasil coberta pela portabilidade, que é de cerca de 60 milhões.
Atualmente, o Brasil possui mais de 147 milhões de usuários dos serviços de telefonia, porém a portabilidade numérica está acessível apenas para 30 DDDs.
Segundo analistas, um dos motivos para a baixa adesão reside no fato de que a portabilidade ainda não atingiu as principais cidades, como São Paulo, Brasília, Rio de Janeiro e Porto Alegre, por exemplo. A estimativa é que quando chegar a esses novos DDDs o número de solicitações para a troca de operadora com a manutenção do número cresça exponencialmente.
A portabilidade ainda tem sete etapas de implantação, as quais serão cumpridas entre janeiro e março deste ano. No dia 8 de janeiro, próxima quinta-feira, mais quatro estados serão atendidos com o serviço, atingindo mais de 15 milhões de assinantes dos DDDs 18 (SP), 51 e 55 (RS), 63 (TO), 65 (MT), 92 e 97 (AM).
Assim, neste mês, 21 novos DDDs estarão oferecendo a portabilidade numérica a 48 milhões de usuários de telefonia, fazendo o número de assinantes que terão o serviço disponível saltar para mais de 108 milhões.
Dentre as capitais que integrarão o grupo estão Porto Alegre (RS), Palmas (TO), Cuiabá (MT), Manaus (AM), Curitiba (PR), Belo Horizonte (MG), Aracajú (SE), Boa Vista (RR) e Macapá (AP).
Para fevereiro, estão previstos 11 DDDs, os quais somam 41 milhões de assinantes, com destaque para a chegada da portabilidade às capitais Rio de Janeiro (RJ), Brasília (DF) e Recife (PE).
A cidade de São Paulo, principal mercado do país, terá o serviço disponível apenas em março, mês no qual a implantação da portabilidade estará concluída, alcançando mais de 187 milhões de assinantes, dos 67 DDDs existentes no país.
Segundo José Moreira Ribeiro, presidente-executivo da ABR Telecom, o modelo de implementação estabelecido para a portabilidade numérica já previa que o número de solicitações fosse crescendo à medida que o serviço atingir as regiões com mais assinantes de telefonia.
"Quando entrar nos lugares com maior densidade dos serviços de telefonia, ocorrerá um aumento das solicitações e o número dará um salto, devido ao fato de nesses locais a competição ser mais intensa. Será um movimento natural de mercado", comentou Ribeiro.
- Previsão frustrada