Dois servidores da Secretaria de Fazenda do Distrito Federal entregaram nesta quarta-feira, 6, ao Superior Tribunal de Justiça (STJ) levantamento sobre o pagamento de contratos de informática feitos pelo governo local entre 2000 e 2009. Os documentos, distribuídos em dois volumes, somam mais de mil páginas, de acordo com o STJ, que pediu o envio do material para apurar o suposto esquema de corrupção envolvendo o governador José Roberto Arruda (sem partido). Arruda foi acusado pelo ex-secretário de Relações Institucionais do Distrito Federal Durval Barbosa de receber R$ 3 milhões de propina relativa a contratos com empresas de informática.
No último dia 18, o STJ determinou que a secretaria encaminhasse as planilhas referentes ao período de 2007 a 2009 com ordens bancárias, datas de pagamento e as contas bancárias dos beneficiados.
O governo do DF decidiu, no entanto, enviar os dados a partir de 2000, englobando governos anteriores ao de Arruda. No caso os mandatos de Joaquim Roriz e de Maria de Lourdes Abadia, então vice-governadora, que assumiu o cargo em 2006, quando o ex-governador saiu para concorrer a senador, cargo do qual renunciou para evitar uma possível cassação por suspeita de envolvimento em irregularidades.
A requisição dos documentos faz parte da investigação do STJ sobre as denúncias de distribuição de recursos ilegais do governo local a deputados distritais em troca de apoio político. De acordo com a Operação Caixa de Pandora, da Polícia Federal, a partir de informações do ex-secretário, Durval Barbosa, o dinheiro viria de empresas que prestam serviço ao governo local.
Nos depoimentos que prestou aos promotores de Justiça Sérgio Bruno Cabral Fernandes e Clayton da Silva Germano, do Ministério Público do Distrito Federal (MPDFT) e Territórios, Barbosa, citou algumas empresas supostamente envolvidas no esquema, entre as quais teria apontado as companhais de tecnologia Linknet, Combral, Infoeducacional, Vertax, Adler, Poliedro, Linkdata, Conecta, Prodata, Politec e a B2Br, do grupo TBA.
O material protocolado segue para o gabinete do ministro que cuida do caso, Fernando Gonçalves, que está de férias e retorna ao trabalho no dia 1º de fevereiro, quando o Judiciário inicia os trabalhos de 2010.
Os dados serão entregues ao STJ pela Secretaria de Fazenda do Distrito Federal e deverão ter a indicação das respectivas ordens bancárias, datas de pagamento e contas que receberam os créditos. Com informações da Agência Brasil.
- Sob investigação