O ex-CEO da Olympus, Michael Woodford, afirmou nesta sexta-feira, 6, que abriu um processo no Reino Unido contra a companhia. Na ação, ele acusa a fabricante de câmeras digitais de demiti-lo sem base legal, apenas horas após anunciar que abandonaria sua tentativa de retomar o controle da empresa. O executivo afirmou também que também acionará a empresa em um tribunal no Japão.
Woodford foi afastado no dia 14 de outubro, após a eclosão de um escândalo de compra de empresas. Na ocasião, a companhia alegou que o executivo não respeitava a cultura organizacional da empresa, construída em 92 anos de história, e desrespeitava também uma premissa muito valorizada no Japão: a hierarquia. O detalhe é que Woodford estava há apenas duas semanas no cargo, tempo muito curto para que se envolve nas fraudes envolvendo o pagamento de valores exorbitantes de quatro aquisições feitas pela Olympus durante os anos de 2006 e 2008. A empresa é acusada de um rombo de mais de US$ 1 bilhão.
Em entrevista coletiva em Tóquio, Woodford afirmou que vai buscar uma "indenização substancial e significativa" devido à demissão que quebrou seu contrato de quatro anos com a empresa. Procurada pelo The Wall Street Journal, a Olympus não quis comentar o caso.
O executivo ainda aproveitou para alfinetar o conselho de administração da empresa, acusando seus membros de não darem atenção a seus constantes alertas sobre irregularidades, inclusive votando contra sua posição. Ele também questionou a falta de crítica dos acionistas frente à postura do conselho. Woodford detém uma parcela das ações da empresa, mas não confirma se continuará participando das asembleias de acionistas.