No dia 1º de março, deve entrar em vigor a nova política de privacidade do Google, quando serão unificados os termos de serviço de seus produtos – mais de 60 conjuntos de regras serão substituídos por um único texto. De acordo com as novas regras, o gigante das buscas poderá reagrupar as informações provenientes de vários de seus serviços, antes separados, e dispor assim de uma visão global de seus usuários. A alteração, no entanto, enfrenta questionamentos de parlamentares americanos. Os congressistas querem saber se alterações violam a privacidade do usuário.
A pressão dos parlamentares fez com, recentemente, o diretor de políticas públicas do Google, Pablo Chaves, e seu advogado, Michael Yang, viessem a público para dizer que a empresa fornece uma série de ferramentas para proteger a privacidade dos usuários. Os legisladores querem saber o quanto as informações dos consumidores são rastreadas. O Google esclarece que a informação pode não ser deletada imediatamente, assim como a informação do backup de sistemas.
Os parlamentos europeus também vêm pressionando o Google, só que é para que a empresa adie implantação da nova política de privacidade, enquanto investigam as implicações para os dados pessoais. Em resposta, a empresa anunciou na sexta, 3, que estava preparado para responder qualquer questão investigativa. Mas sem dar indicações de que irá atrasar as mudanças. Qualquer atraso pode retardar a nova política e prejudicaria, em vez de ajudar, 350 milhões que já sabem sobre as mudanças.
A agência reguladora francesa disse que tem o poder de multar a empresa, o que poderá sair salgada para a empresa já que a primeira multa é de 100 mil euros e mais 300 mil no caso de reincidência, segundo informações do The New York Times.
Oito membros da Câmara dos Representantes dos Estados Unidos solicitaram informações sobre a política de privacidade. A carta contém 11 questões sobre a nova política, incluindo como o consumidor pode optar pelo novo sistema, seja globalmente ou em base do produto por produto.
Censura
Além desse problema, o Google também vem enfrentando pressões na Índia, onde removeu alguns resultados de seus serviços a fim de evitar o desdobramento de uma ação judicial. Segundo informações de pessoas ligadas ao assunto ouvidas pelo The Wall Street Journal, além do buscador, os resultados do YouTube e do Blogger também foram alterados.
Para o Google, a medida está “de acordo com a política de cooperação a ordens judiciais”. A nota enviada ao jornal americano reforça que tal método interno é “de longa data”. Mesmo assim, traz à tona o debate instaurado na semana passada, a respeito a censura online, motivado pelo Twitter. Uma mudança no microblog passou a permitir a retirada de conteúdos localmente, ou seja, de acordo com as regras de cada país.
O processo ao qual o Google se refere foi aberto por Ajiaz Arshad Qasmi, um cidadão comum na Índia. Ele acusa diversas companhias de internet de disseminar comunidades e conteúdos de intolerância religiosa.