Cloud First, Cloud Only, qual será o próximo passo?

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Dada a rapidez com que as tecnologias tendem a chegar, se desenvolver e se transformar em outras tecnologias, é difícil avaliar   quais são aquelas que estão de fato inseridas na nossa rotina.  

A computação em nuvem, por exemplo, já é um item obrigatório às empresas pelas demandas atuais de alto volume de dados e aplicações, com necessidades de flexibilidade e escalabilidade. É engraçado pensar que em meio ao ano de 2008 o Google e a Microsoft pensavam na Amazon Web Services como  uma moda passageira.  

Desde então, é claro, as nuvens cresceram consideravelmente em escopo, com inúmeras plataformas de nuvem privada e pública – agora disponíveis. Elas também cresceram para se tornar uma parte central da TI, tanto que a maioria das empresas – desde multinacionais até a menor das startups –  afirma ter estratégias de TI "cloud-first" ou, muitas vezes, "cloud only".  

A computação em nuvem se tornou essencial mesmo que as tecnologias e produtos subjacentes tenham mudado de forma drástica. Uma tendência que faz valer a pena ocasionalmente dar um passo atrás para tentar entender o que está acontecendo, quais são os impulsionadores e quais desafios permanecem para uma ideia melhor sobre onde está indo esse mercado em rápida transformação.  

O estado da nuvem  

As pesquisas são um bom ponto de partida. O Enterprise Cloud Index (ECI), uma pesquisa das tendências globais da computação em nuvem realizado pela Vanson Bourne, mostra como a computação em nuvem mudou ao longo do tempo e como é provável que evolua no futuro. Este índice ECI vendo sendo feito há quatros anos consecutivos.  

Veja a divisão simples entre empresas que mantêm datacenters legados e aquelas que optam pela nuvem, por exemplo. A primeira pesquisa do ECI (2018) mostra que 40% das empresas se apegavam aos ativos legados preocupados principalmente com segurança, custo e a relativa imaturidade da tecnologia de nuvem naquele momento. No final de 2021, no entanto, a quarta pesquisa mostra que o datacenter legado caiu para apenas 22%. Um resultado bastante alinhado com o que os entrevistados da primeira pesquisa estavam prevendo e um reflexo claro da rapidez com que a computação em nuvem subiu no que diz respeito à TI corporativa.  

Jornada rápida para nuvem  

Fica claro que as empresas também estão ficando mais abertas quando se trata de plataformas de nuvem pública, estimuladas por recursos de escalabilidade instantânea e baixas despesas operacionais. Apesar de tais atrativos, um terço (33%) dos entrevistados da pesquisa de 2018 disse que ainda preferia uma abordagem de nuvem privada, principalmente por motivos de segurança, conformidade geográfica e falta de habilidades na gestão deste tipo de ambiente.  

Em 2021, esse número de empresas que prefere uma nuvem privada caiu para apenas um quarto (25%). Além disso, em 2018, apenas 26% disseram que estavam usando uma ou mais nuvens públicas, mas, apenas três anos depois, isso aumentou para mais da metade (52%). Alguns até se tornaram exclusivamente públicos, mas a maioria relatou comprar em plataformas públicas ao lado de nuvem privada e alternativas legadas.  

Os CIOs também parecem cada vez mais preparados a adotar várias nuvens públicas, misturando produtos e fornecedores. Nos últimos três a quatro anos, o número com uma única plataforma de nuvem pública, por exemplo, cresceu de 14% para 25%, enquanto aqueles com múltiplas nuvens subiram de apenas 12% em 2018 para 27% das empresas pesquisadas na última pesquisa.  

Curiosamente, uma esmagadora maioria dos entrevistados (83%) concordou que o modelo operacional híbrido multicloud – modelo operacional de TI baseado em múltiplas nuvens privadas e públicas com interoperabilidade entre elas – seria seu ideal de preferência. Uma visão baseada na capacidade do multicloud híbrido de fornecer tanto a flexibilidade quanto a agilidade necessária para competir no mundo digital de hoje e, ao mesmo tempo, simplificar significativamente as operações.  

Multicloud como estratégia de negócio  

O fato de que as empresas em geral estão abandonando as plataformas de datacenters legados em favor da nuvem.  A velocidade com que as organizações adotaram a nuvem pública e passaram de uma para múltiplas nuvens é surpreendente, principalmente em empresas maiores.  Mais de um terço (36%) das empresas na última pesquisa disse que também estavam adotando o modelo multicloud como seu formato de implantação mais comum daqui para frente. Já para as empresas com mais de 5.000 funcionários esse número aumentou para mais da metade (57%), com expectativas de atingir 80% nos próximos três anos.  

Depois de ter lutado contra a nuvem pública para começar, essa mudança radical parece se resumir a uma lista bastante comum de impulsionadores de negócios. Como a importância de apoiar um melhor trabalho e colaboração remotos (40%), oferecer melhor suporte aos clientes (36%), e fortalecer a continuidade dos negócios (35%).  

Possivelmente devido ao papel central desempenhado pela TI durante a pandemia, cerca de 72% dos entrevistados afirmaram ainda que sua função é considerada agora muito mais estratégica do que há apenas um ano. Além disso, as organizações começaram a combinar estrategicamente cada carga de trabalho com a infraestrutura. Isso com base em fatores como segurança (41%), desempenho (39%) e custo (31%). Elas também estão muito mais atentas à possibilidade de equilibrar cargas entre nuvens e comprar capacidade para atender a picos de curto prazo no ciclo de demanda.  

O que tudo isso significa?  

Um pensamento inevitável é que a nuvem está aqui para ficar, mas isso não é tudo. As tecnologias de computação em nuvem estão amadurecendo rapidamente bem como a forma que organizações as estão comprando para melhor atender às necessidades de negócios.  

A conclusão é que não é mais apenas uma questão de "cloud first" ou "cloud only". Em vez disso, como mostram os números do Enterprise Cloud Index, trata-se também de ser "inteligente em nuvem" e aproveitar a nuvem mais apropriada para cada carga de trabalho ou caso de uso. Trata-se de poder mover-se perfeitamente entre nuvens à medida que as demandas de negócios mudam. Ou seja,  ser capaz de fazer tudo isso, sejam as nuvens  privadas ou públicas e usando uma, duas ou até mais nuvens. 

Leandro Lopes, diretor de Engenharia de Sistemas para América Latina da Nutanix. 

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