Sete tendências de desenvolvimento que vão dominar a transformação digital no Brasil em 2022

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As empresas brasileiras precisam ficar atentas às sete tendências que vão dominar a transformação digital em 2022, que incluem maior foco em segurança, adoção mais ampla de low-code para desenvolvedores, plataformas nativas em nuvem e melhor execução entre designers e programadores.

Abaixo, descrevo essas tendências para auxiliar as empresas na revisão das premissas para 2022, incluindo a experiência do desenvolvedor, automação do fluxo de trabalho de desenvolvimento, segurança e conformidade, e implantação e operações.

#1: Segurança – Esta continuará sendo a preocupação número 1 dos executivos de TI e das equipes de engenharia de software. O aumento constante nos ataques de ransomware, a falta de limites claros para os dados organizacionais e o aumento do risco com desenvolvimentos colaborativos com citizen developers, a privacidade dos dados e os requisitos regulatórios estão mais ameaçados do que nunca. Isso levou a um aumento na demanda por DevSecOps, onde os requisitos de segurança e conformidade são validados em todas as etapas do ciclo de vida do desenvolvimento.

Com a crescente pressão para proteger os ambientes de desenvolvimento contra ameaças à segurança da cadeia de suprimentos e fortalecer os pipelines de entrega de software, os CISOs e CIOs passam a criar novos aplicativos web e móveis, em plataformas que gerenciam todos os estágios de desenvolvimento em vez de depender da natureza não sistêmica de diferentes pessoas com práticas distintas de desenvolvimento seguro.

#2: Integrações Híbridas – Com as organizações precisando, mais do que nunca, de conexão em tempo real para o gerenciamento, a governança e a auditabilidade em múltiplas fontes de dados, a solução é utilizar mais ferramentas em integrações híbridas.

De acordo com o The State of SaaS Sprawl em 2021, uma empresa americana tem 254 aplicativos SaaS, mas, em média, apenas 45% destes aplicativos estão sendo usados regularmente. Além disso, 56% de todos esses apps não foram implantados ou são de propriedade e gerenciados pelo time de TI.

O recente furor para implantar RPA (Robotic Process Automation) em ferramentas antigas sem APIs (Interface de Programação de Aplicações) foi um atalho para sistemas antigos, mas não ideal para a natureza fluida dos negócios digitais que precisam de constantes atualizações. Para isso, as empresas devem aderir às plataformas low-code que contam com estes recursos, buscando agilidade para adequações nas aplicações.

#3: Low-Code para Profissionais – Uma alternativa que se provou eficaz em 2021 foram plataformas low-code que já estão preparadas para as demandas corporativas mais desafiadoras. Na verdade, de acordo com o Quadrante Mágico para Plataformas de Aplicativos Empresariais Low-Code, 70% dos novos aplicativos desenvolvidos por empresas usarão tecnologias low-code ou no-code.

O objetivo de utilizar essas plataformas ágeis de desenvolvimento é auxiliar na realização de tarefas repetitivas como dependency management, validação de código e automação de compilação de uma aplicação, para que os desenvolvedores possam se concentrar no próximo passo para inovação, em vez de apenas manter as luzes acesas.

#4: Plataformas Cloud-Native – Ainda no tópico SaaS, a explosão de aplicativos em nuvem está mudando a economia e os tempos de "construir versus comprar". Isso porque a expansão do SaaS não está apenas explodindo os orçamentos originais, mas também gerando um novo débito técnico: ter que pular entre diversos sistemas é uma experiência ruim, com consequências negativas para os negócios.

Para recuperar a agilidade dos negócios em sistemas corporativos usados por clientes, parceiros e funcionários, as empresas exigem um novo tipo de desenvolvimento de aplicações nativas na nuvem — que tenha um grande alcance, escalável e permita a criação de aplicativos corporativos resilientes e adequados à finalidade de dar mais velocidade para a organização.

Para superar esses desafios, é fundamental que as plataformas de desenvolvimento cloud-native permitam que as equipes de desenvolvimento permaneçam focadas no gerenciamento do fluxo de valor para seus produtos digitais, em vez de esgotar seus talentos de engenharia apenas no gerenciamento de infraestrutura.

#5: DesignOps – À medida que as organizações são pressionadas a lançar mais produtos digitais ao mesmo tempo em que atendem às metas de adoção do usuário, elas precisam gerenciar o design em escala, minimizando o débito técnico e de UX, trazendo as práticas de DesignOps para o centro do palco.

Este é um trabalho de equipes reduzidas, com a colaboração entre os times de design e desenvolvimento front-end (incluindo repositórios compartilhados, ferramentas e troca de ativos), promovendo a colaboração entre as diferentes áreas de criação de novos apps dentro de uma organização e garantindo a consistência da experiência do produto final desde a primeira entrega.

#6: Observabilidade – Caminhando de mãos dadas com o DesignOps, os líderes de engenharia devem investir em observabilidade para hiper-adoção. Combinando a nova observabilidade do comportamento do usuário final com suporte em padrões abertos, como Open Telemetry para rastreamento, com planos para expandir seu uso para logs e métricas, mais equipes de produtos digitais terão como objetivo níveis de adoção do usuário que eram historicamente difíceis de alcançar.

#7: PWA-First – Os PWAs ganham força em 2022 devido à sua conectividade, design resiliente e resistência do usuário. Já havia grandes argumentos técnicos para adotar uma mentalidade PWA-first por desenvolvedores e líderes de software, mas a grande aceleração das experiências digitais também está agilizando essa mudança.

Os Progressive Web Apps (PWAs) combinam as funções de aplicativos nativos e acessibilidade de sites sem envolver as lojas de apps. Assim como os aplicativos nativos, os PWAs podem trabalhar offline, enviar notificações push e acessar o hardware do dispositivo, como câmeras ou GPS.

As experiências do usuário são semelhantes aos apps nativos em dispositivos móveis e desktops, sem problemas de download ou atualização, com um grande benefício – eles funcionam bem mesmo quando há pouca conectividade.

A necessidade de mais desenvolvedores e engenheiros de software, principalmente por conta da pandemia, mostrou o tamanho da oportunidade para o mercado.  Mas na outra ponta, temos uma crescente crise de desenvolvedores, que vai prejudicar as empresas, diminuindo consideravelmente seus planos digitais e aumentando os custos.

A implantação dessas práticas irá ajudar a acelerar planos digitais, modernizar equipes de desenvolvedores e apresentar ferramentas com foco na produtividade, na redução de custos e melhorias na experiência do cliente.

Adeisa Romão, diretora Comercial da OutSystems no Brasil.

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