Desde que o ITILv3 foi oficialmente lançado em junho do ano passado, muitos gestores de TI e até profissionais de consultoria torceram o nariz para a novidade, o que vem causando um efeito de descrença ou de distanciamento deste novo modelo. Muito lembra, inclusive, a resistência inicial do mercado quanto aos novos sistemas operacionais da Microsoft.
O fato é que poucos pararam para conhecer de perto os ganhos e facilidades com o novo formato e o como esta nova Boa Prática foi criada. Quem já compreendeu e desmistificou o seu uso está se preparando, ou já deu início aos seus planos de implementação de processos na nova versão.
Seguramente, o ITILv3 é um dos modelos de referência mais consistentes do mercado, e, particularmente, desconheço qualquer outro trabalho de atualização de Boa Prática (tais como PMBoK, COBIT, CMMI) que tenha sido tão abrangente, participativo, neutro e intensivo, quanto o que foi realizado para o ITILv3. E é fácil entender o motivo.
Em 2004, quando a OGC (Office of Government Commerce) assinou a carta do Projeto ITIL Refresh (o qual gerou o produto ITILv3) foram consumidos seis meses para a definição do escopo detalhado do projeto, incluindo uma vasta pesquisa entre os principais grupos de executivos do segmento ITIL.
Durante esta fase foram entrevistadas e avaliadas: Mais de 100 Organizações Privadas e Públicas que desenvolveram suas iniciativas de ITIL; Mais de 500 Profissionais Praticantes da área; Players Fornecedores de Serviços e Ferramentas – HP, Microsoft, Fujitsu, CA, EDS e IBM; Fornecedores de Treinamentos Oficiais em ITIL; Institutos Donos de Boas Práticas – ISACA, Carnegie Mellow, PMI, COSO; Institutos de Padrões ? BS (British Standard) e ISO (Internation Standard Organization) e Institutos de Examinação ? ISEB, EXIN e Loyalist College, além de associações profissionais – itSMF e ISM .
Ao todo foram mais de 6.000 comentários, entre sugestões e críticas. Estes comentários foram revisados, consolidados e priorizados. Desta forma, vemos que Boas Práticas não é teoria, mas baseia-se em práticas observadas e que funcionam bem em muitas situações e diferentes organizações.
Olhe para as dezenas de processos descritos nos livros e você verá que muitos deles você os tem implementados (de uma forma mais ou menos madura) como parte de sua Gestão de TI. Isso principalmente se a sua organização sinaliza para um modelo de Governança de TI. Do ponto de vista operacional, é o mesmo ITIL de sempre, no entanto, numa perspectiva estratégica com maior alinhamento e integração. Tudo isso de uma forma mais clara e simples.
A nova versão aborda a maioria das coisas que uma organização deve fazer para entregar serviços de uma maneira profissional e sua relação com outros modelos e funções, tais como: Governança de TI, Gerenciamento de Projetos, Gerenciamento de Aplicações, etc. A v3 ajuda na definição de formas integradas e otimizadas de trabalho: enxugando custos, melhorando a qualidade, a comunicação e a produtividade das equipes.
Quem assegura isto é o grande número de participantes do projeto de atualização do ITIL. Enfim, se adequadamente implementado, o ITILv3 garante às organizações de TI o que existe de mais atual e eficiente para viabilizar, hoje e ao longo dos próximos anos, a integração TI-Negócio, com mais prática que recomendações.