Foco da Skype é mobilidade; empresa quer negociar com operadoras

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Um time de executivos do Skype veio ao Brasil para se reunir com empresas e usuários finais com o objetivo de entender o mercado brasileiro – que a companhia considera a "prioridade número 1 fora dos EUA" nas Américas. Ao lado dessa "missão oficial", no entanto, o Skype vai falar com operadoras móveis brasileiras, a fim de estabelecer parceiras. Don Albert, vice-presidente e diretor geral do Skype para as Américas, não revelou os nomes das empresas, mas admitiu que a parceria com operadoras é um dos pilares de negócio.
Albert mostrou números da parceira que o Skype tem com a Hutchinson 3 no Reino Unido. Segundo ele, o oferecimento do Skype pelas operadoras móveis não é uma ameaça à receita das teles, mas sim um forte atrativo a novos clientes e uma poderosa ferramenta de redução de churn, além de motivar os clientes a aderirem a planos de dados. Na Hutchinson 3 foram vendidas 500 mil unidades do SkypePhone. Os clientes do aparelho dão uma margem de lucro 20% maior que a margem da operadora. E, mais: 79% dos clientes que usam o SkypePhone são novos para a Hutchinson 3. De posse desses números, a Skype deve tentar demover as operadoras brasileiras da idéia que a parceria canibaliza o serviço de voz das operadoras.
Um bom exemplo de como as operadoras temem o recurso nos aparelhos foi a decisão da AT&T nos EUA de permitir o funcionamento do aplicativo apenas em redes wi-fi e não na rede de dados (3G). "Para nós a questão é simples. Dar mais escolha ou menos escolha aos usuários", diz Cristopher Libertelli, diretor sênior de assuntos governamentais e regulatórios.
Além de tentar introduzir o SkypePhone para outras operadoras, a companhia trabalha em outras frentes para tornar o serviço mais popular, como oferecer o aplicativo pré carregado em aparelhos como acontece já em um modelo high end da Nokia e criar versões específicas para aparelhos como foi feito com iPhone/iPod Touch e Blackberry (que estará disponível no fim do mês). "Cerca de 10% de todos os iPhones ou iPods vendidos fizeram download do Skype. Foram 2,8 milhões de downloads", afirma Don Albert. O Skype também tem versões para Android, Java e Windows Mobile, este último alcançou cerca de 12 milhões de downloads em 2008. "Em 2009 nosso foco é no consumidor. Queremos trazer o Skype para os aparelhos móveis", disse o executivo.
O Skype mantém uma parceira com a Transit Telecom para terminar chamadas no Brasil, oferecer números próprios e possibilitar o pagamento com cartão de crédito nacional ou boleto bancário. De acordo com Cristopher Libertelli, a companhia não descarta acordo com outras operadoras no país.
O Skype tem 443 milhões de usuários no mundo, sendo que na Europa lidera a base com 198 milhões seguida por Ásia-Pacífico com 144 milhões e, por último, Américas com 94 milhões. No último trimestre, o Skype teve uma adição de 38 milhões de usuários só pela propaganda boca a boca, como destacou Albert. A receita do Skype em 2008 foi de US$ 551 milhões. No primeiro trimestre do ano, a empresa faturou US$ 153 milhões, um crescimento de 21% na comparação com o mesmo período do ano passado.

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