Não há como negar que a inteligência artificial pautará as principais discussões dos próximos anos relacionadas à automatização dos negócios. A tecnologia está bastante desenvolvida, com algoritmos capazes até de entender e conversar com seres humanos, mesmo que sem consciência.
Alguns movimentos estão impulsionando uma certa 'normatização' ou regras de 'governança' dessa tecnologia como exemplo o debate recente nos Estados Unidos em que o CEO da Tesla (Elon Musk) solicitou aos governantes americanos uma regulamentação para a Inteligência Artificial, considerando que seus sistemas de carros autônomos já fazem largo uso dela.
Nos resta apenas desvendar como a IA pode, nos dias atuais, auxiliar processos, acelerar sistemas de automação e apoiar os negócios. Pautada em Machine Learning e Deep Learning, ela está cada vez mais presente na vida das pessoas usuárias de dispositivos computacionais conectados fixos ou móveis. O gerenciamento de dados e o apoio no desenvolvimento de programas são pontos fortes do aprendizado de máquinas. Tecnologia capaz de processar grandes volumes de dados e aprender com essas informações, operando de forma mais eficaz e ágil se comparado à capacidade do aprendizado humano. Já a aprendizagem profunda, permite por meio de associações a tomada de decisão pautada nas informações as quais a tecnologia teve acesso.
O aprendizado de IA e de máquinas pode ensinar os computadores a reconhecerem padrões em dados não estruturados e transformá-los em dados estruturados – de forma que uma resposta automática possa ser aplicada. Alguns exemplos já são concretos, como o caso dos veículos autônomos; imagens de ressonância magnética para encontrar células cancerígenas; câmeras de vídeo-monitoramento que são capazes de analisar comportamentos fora do padrão, promover reconhecimento e identificação facial mesmo que a pessoa mude cabelo, cor de olhos e detalhes da face, entre muitos outros casos. Em resumo, se você pensar em exemplos onde humanos são usados ??em tarefas repetitivas porque um "computador não é inteligente o suficiente", já encontramos uma oportunidade para a IA automatizar. Dentre os negócios mais prováveis de serem auxiliados pela IA destaco alguns: análises de comportamento do consumidor, controles de qualidade, produção na manufatura e cyber segurança.
Recentemente, soube de uma entrevista de emprego, em que a empresa se apoiava do uso de vídeo para decidir se os candidatos ao cargo de vendas se encaixavam ou não os requisitos da posição. Isso era analisado por meio de IA, de acordo com análises de expressões faciais e outros comportamentos humanos que são repetidamente bem-sucedidos em situações de vendas.
Entendendo esse cenário, acredito que o maior benefício da inteligência artificial vai muito além da redução de custos. Não se pode partir do princípio que a IA irá comandar o negócio, porém os empreendedores e executivos terão necessidades que levarão a área de TI a demandar muito da IA. Na maioria dos casos, a inteligência artificial começa como um projeto de pesquisa fora da "TI tradicional" e depois, apenas com sua viabilidade econômica e/ou agregação de valor ao negócio, passa a ser integrada à empresa e aplicada em escala.
Num futuro breve, vejo que todas as indústrias serão afetadas. Arrisco dizer também que as empresas mais adaptáveis e inovadoras serão as organizações mais bem-sucedidas, e não aquelas gigantes que demoram a se movimentar rumo à Transformação Digital.
Paulo de Godoy, gerente geral da Pure Storage Brasil.