Desktops virtuais: dúvidas frequentes

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Um dos assuntos que os clientes que visito mais demonstram interesse são as implementações de desktops virtuais. Eles têm demonstrado uma série de dúvidas a respeito, sendo que vejo comumente tratadas na mídia as que dizem respeito à utilização de dispositivos locais, como impressoras e pen drives, ou mesmo as relacionadas ao processamento de áudio e vídeo.
Muito pouco tenho visto sobre as dúvidas relacionadas à infraestrutura necessária para armazenar e executar os desktops virtuais. Este artigo tratará dessa parte, mostrando as melhores práticas relacionadas aos dispositivos de armazenamento para esse novo tipo de ambiente, que tende a tomar cada vez mais conta dos departamentos de TI.
As confusões e dúvidas começam quando o pessoal pensa em como disponibilizar e manter milhares de imagens de desktops. Ficam preocupados com a necessidade de mão de obra que isso pode trazer. Felizmente, a maioria dos storages atuais já permite que seja criada uma cópia mestre do sistema operacional e aplicativos básicos para cada perfil de usuário que a empresa possui.
Esta tecnologia parte de uma cópia mestre apenas para leitura, e, a partir dela, gera espaços individuais de armazenamento para os usuários apenas do que for sendo modificado e/ou adicionado aos seus desktops. Com isso, reduzimos e muito a mão de obra e tempo necessários para uma correção de software ou aplicação de patch pois, ao invés de aplicá-la em cada desktop, pode-se aplicar apenas na cópia mestre de cada perfil. Um outro aspecto desta tecnologia é relacionado a segunda grande dúvida dos projetos de desktops virtuais.
Esta se refere ao custo de armazenamento, pois a maioria dos clientes compara o custo da capacidade total disponível nas estações com a mesma capacidade nas soluções de storage SAN ou NAS. Obviamente, se a conta for feita desta maneira todos os projetos de virtualização de desktop serão inviabilizados financeiramente, uma vez que o custo /MB das soluções NAS e SAN são muito maiores que dos hard disks locais.
Mas existe um motivo para o preço por Megabyte ser maior. E algumas tecnologias invertem completamente a conta normalmente realizada pelos clientes. A primeira é a já citada cópia mestre. Com ela, caso você reduza o armazenamento de sistemas operacionais e aplicativos ao número de perfis disponibilizados, desta forma, se em sua empresa você possui 1.000 usuários distribuídos em 5 perfis, ao invés de armazenar os 1.000 vai armazenar apenas 5, proporcionando uma redução em escala 200:1. A segunda é o thin provisioning, que possibilita que o espaço de armazenamento do usuário seja alocado conforme ele for utilizado, reduzindo assim o espaço de armazenamento desperdiçado que existe hoje em dia nas implementações com hard disks locais. A terceira e última é a desduplicação que, ao trabalhar com um esquema de ponteiros para dados iguais, faz com que apenas uma cópia de cada bloco de armazenamento seja mantida. Um exemplo para isso são usuários que armazenam cópias de um mesmo arquivo, ou mesmo de arquivos similares quando a granularidade da desduplicação é por bloco e não por arquivo. Ao invés de armazenar várias vezes a mesma informação, o sistema de storage armazena apenas uma cópia.
A soma destas três tecnologias, tipicamente, proporciona reduções de necessidade de capacidade de armazenamento entre 50% e 80%, fazendo com que o custo não seja tão mais alto que a utilização de disk drives locais.
Além destas dúvidas, uma terceira normalmente se coloca quando visito clientes que já efetuaram alguma vez uma prova de conceito de virtualização de desktops. Esta se refere ao atendimento dos picos de utilização.
Em sua utilização rotineira, a maioria dos perfis de usuários faz poucos acessos ao que está armazenado no storage e dificilmente os acessos são simultâneos. Entretanto, no período da manhã, ou após o horário de almoço, muitos usuários ligam suas estações em um curto espaço de tempo. Estes picos de utilização, em provas de conceito mal dimensionadas, ou implementações mal realizadas podem gerar uma longa espera por parte dos usuários para a disponibilização de seus ambientes. E isso pode levar ao fracasso de qualquer iniciativa de virtualização de desktop.
Felizmente, também neste caso um correto entendimento do problema e dimensionamento da solução pode resolver. O cliente deve procurar para isso storages que disponibilizem espaço adequado em cache, para que as informações desses picos de utilização não tenham que ser mecanicamente acessadas nos discos físicos. Deve-se, entretanto, prestar atenção nas diferenças entre a utilização de discos de estado sólido (SSD) e cache, pois no caso de se utilizar SSD, a atribuição e distribuição do conteúdo correto, no horário correto, para os discos SSD, acaba acrescentando uma camada complicação no gerenciamento, ao passo que o cache por sua natureza dinâmica resolve o problema com um mínimo de configuração.
Resumindo, se você pretende virtualizar os desktops de sua empresa, deve, desde o começo do projeto, identificar um fabricante de storage que apresente as funcionalidades aqui descritas, criando então um cenário de utilização ao redor do fabricante escolhido, de modo a estabelecer um benchmark de comparação com outros fabricantes e desenhos de solução.

Cristiano Silverio, gerente de Arquitetura de Soluções de Data Center e Segurança da Dimension Data

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