O Ministério das Comunicações publicou no Diário Oficial desta quarta-feira, 6, os seis projetos aprovados pelo Regime Especial de Tributação do Programa Nacional de Banda Larga (REPNBL) para levar internet de alta velocidade a 1.611 municípios brasileiros. O objetivo é oferecer acesso equivalente à tecnologia 4G – que permite o acesso de voz e dados em alta velocidade – para 14 estados brasileiros, utilizando a faixa de 450 MHz.
De acordo com o diretor de Indústria, Ciência e Tecnologia (DEICT) do Ministério das Comunicações, José Gontijo, isso só foi possível graças a um trabalho articulado pelo Fundo para o Desenvolvimento Tecnológico das Telecomunicações (Funttel) e o CPqD junto a empresas do setor de telecomunicações. Eles desenvolveram uma tecnologia para operar o 4G na faixa de 450 MHz e inscreveram esse processo no 3GPP, um órgão de padronização mundial de tecnologia para comunicações móveis. "Como resultado, a tecnologia desenvolvida no Brasil se tornou parte do padrão mundial de banda larga móvel", destaca Gontijo.
O trabalho de pesquisa durou quase dois anos e custou R$ 36 milhões. Gontijo explica que aprovação desses projetos pelo REPNBL demonstra que aliar pesquisa e desenvolvimento com as necessidades da indústria gera retorno. "A partir do conhecimento técnico, a gente percebeu que investir em tecnologias de banda larga rural seria um catalizador para resolver parte dos gargalos das áreas menos densas do país", explica.
Faixa de 450 MHz
Os seis projetos foram elaborados por duas operadoras e vão levar internet para 1.611 municípios de 14 estados das regiões Norte, Nordeste, Sul e Centro-Oeste. São eles Acre, Pará, Roraima, Rondônia, Amapá, Amazonas, Bahia, Maranhão, Tocantins, Goiás, Distrito Federal, Mato Grasso, Mato Grosso do Sul e Rio Grande do Sul.
Por ocupar uma frequência mais baixa no espectro, a faixa de 450 MHz possibilita uma cobertura mais eficiente em longas distâncias. Com uma única antena, é possível cobrir um raio de 50 km, o que permite que várias comunidades sejam contempladas a partir da instalação de um único equipamento. Isso representa custos de investimentos em infraestrutura menores, além de um corte com despesas operacionais, como manutenção dos equipamentos.