O agronegócio está entre os principais setores que movimentam a economia brasileira. Como prova disso, só no primeiro trimestre deste ano, o setor saltou 21,6% em comparação com o mesmo período no anterior, o que resultou no crescimento de 1,9% do Produto Interno Bruto (PIB), segundo dados do IBGE. O agro vem mantendo sua forte posição no mercado e ampliação de oportunidades, e é crucial que as empresas deste segmento tenham seus pilares de gestão bem alinhados, principalmente, a governança.
Diariamente, o agronegócio desempenha atividades que vão desde o plantio e colheita, até importação e exportação destes produtos. Considerando a extensa gama de atividades que permeiam o setor, vemos o crescente uso da tecnologia como um importante apoio nessa missão. Entretanto, de nada adiantará o investimento em ferramentas de gestão, sem que haja um gerenciamento de tais recursos em prol de alinhar as estratégias de forma assertiva.
Nesse aspecto, a governança é ainda mais necessária, uma vez que auxilia no entendimento e aperfeiçoamento da maturidade operacional de qualquer organização. E, em se tratando do agro, este pilar também integra um importante conceito que está em ascensão no mercado: o ESG. E, embora o termo venha sendo constantemente atribuído em prol do engajamento ambiental e responsabilidade social das organizações perante a causa, é importante chamar a atenção para o princípio da governança que também integra a sigla.
Afinal, é este o pilar que garante que a organização tome decisões embasadas em informações assertivas, guiando para a definição de estratégias que orientem qual o caminho certo a seguir. Além disso, ter uma governança aplicada ajuda a garantir uma gestão transparente de processos, uma vez que é instituída em toda empresa uma política e padronização das atividades a serem desempenhadas.
Essa transparência é um elemento crucial para o agronegócio que, assim como os demais setores, também lida diariamente com uma alta quantidade de dados e informações que e precisam de uma governança efetiva. Certamente, essa é uma tarefa que transcende as habilidades humanas, por isso, a tecnologia torna-se eficaz para essa abordagem.
A governança engloba três pilares essenciais: pessoas, responsáveis pela execução das ações; processos, que direcionam o percurso; e, tecnologias, que automatizam tais processos. Esse conjunto garante transparência, inovação e segurança nas atividades, demonstrando aos parceiros comerciais o comprometimento genuíno da organização com questões ambientais e sociais.
Esse conceito também contribui para o ganho de outros benefícios, como mitigação de riscos, prestação de contas e o cumprimento de todas as normas regulatórias que permeiam o setor de agronegócio. Tais benefícios brilham os olhos de todos aqueles que buscam obter esse resultado, mas essa não é uma jornada simples.
Até porque, para que a governança obtenha êxito, é necessário o envolvimento de todas as áreas da empresa, e o apoio de uma consultoria especializada nesse tipo de abordagem fará toda a diferença para entender qual a maturidade da organização, realizar estudos e traçar estratégias que supram os principais pontos de necessidade que englobam a gestão organizacional.
É importante ressaltar que o agronegócio se trata de uma potente indústria e que está em seu franco desempenho. Não à toa, segundo cálculos do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea/Esalq/USP) e da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), o PIB do agro no Brasil poderá alcançar R$ 2,65 trilhões neste ano, 35,9% mais que em 2022.
Mediante a um cenário promissor, torna-se fundamental que este setor busque, o quanto antes, alinhar os seus princípios de governança em prol de atingir resultados ainda mais efetivos. Afinal, para que se tenha uma boa colheita, é sempre preciso cuidar bem do solo, garantindo os recursos e nutrientes necessários para o seu fortalecimento.
Márcio Games, gerente sênior na delaware.