Você sabia que aproximadamente 70% das escolas de Ensino Fundamental não possuem laboratório de Ciências da Natureza? Os dados do INEP, autarquia federal vinculada ao Ministério da Educação (MEC), corroboram o que todo educador já sabe de cor e salteado: a escassez do espaço laboratorial, e das práticas de experimentação e observação nele propiciadas, funcionam como um balde de água fria (ou melhor, gelada) no processo de instigar e manter o interesse dos alunos do 6º ao 9º ano – e isso justamente em uma fase da vida em que a curiosidade e a busca por respostas estão à flor da pele.
"São muitos os entraves para a implantação de laboratórios em instituições do Ensino Fundamental, mas o alto custo dos equipamentos e da montagem de um espaço pedagógico seguro e adequado ocupa o topo da lista", afirma André Araújo, empreendedor com mais de 20 anos de atuação nos mercados de Automação e Robótica para Educação e Indústria.
Para ajudar a reverter o atual panorama da lacuna de laboratórios no ambiente educacional, a startup brasileira Capiche Education acaba de lançar o software de Realidade Virtual e Inteligência Artificial Capiche VRAI, que permite ao aluno imergir em um ambiente virtual no qual é possível vivenciar a aprendizagem por meio de experimentos e tarefas lúdicas.
O uso do software é simples e amigável. Segundo Araújo, CEO da Capiche, o aluno coloca os óculos de realidade virtual, segura o controle na mão que costuma usar para escrever e entra na sala virtual, onde há um quadro negro com orientações para cada aula. O cenário reproduz a ambientação de uma sala de aula do mundo real, adicionando um toque extra de 'autenticidade' à experiência e contribuindo para a aderência dos alunos ao processo de imersão.
Dentro da sala, os óculos 3D funcionam como os olhos do aluno e o controle como a mão virtual. À esquerda da tela do software há um menu com a grade curricular e à direita uma tela de chat para interação da classe durante e após as atividades. Com o controle, o estudante seleciona temas de estudo, interage com objetos e faz experiências como se estivesse em um laboratório de verdade. Na sala há ainda uma professora virtual – igualmente dotada de Inteligência Artificial e que está preparada para conversar, responder perguntas e incentivar o debate de tópicos e a troca de ideias.
"Parece coisa de ficção científica, mas para nós o Capiche VRAI é muito mais que um software", diz André. Para o executivo, o VRAI representa, mesmo que soe como paradoxo para um sistema de realidade virtual e inteligência artificial, a oportunidade de eliminar a abstração no ensino da Ciência. "Estamos trazendo para o mercado brasileiro um produto inovador com custo acessível e um potencial incrível como agente de transformação digital nas escolas e nos formatos de aprendizagem".