Polícia Federal e Microsoft anunciam acordo contra exploração infantil

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A Microsoft Brasil e a Polícia Federal anunciaram nesta segunda-feira, 6/11, que vão se unir para lançar a versão local do CETS – Child Exploitation Tracking System (pronuncia-se "KÉTS") ou Sistema de Rastreamento de Exploração Infantil, projeto internacional cujo objetivo é o de combater a exploração on-line de crianças.

A ferramenta irá permitir que a força policial brasileira se torne ainda mais efetiva em sua luta neste crime abominável e que não respeita fronteiras.

?O CETS irá aumentar dramaticamente o poder de alcance de nossos policiais para ajudá-los a resolver casos de exploração de menores", afirma Paulo Quintiliano, chefe da Perícia de Informática da Polícia Federal. "Antes do CETS, nosso serviço de pesquisa em fotos e arquivos tinha de ser feito manualmente tomando um tempo enorme e precioso de nossos policiais, além de dificultar a troca de informações com outras forças policiais locais e mesmo de outros países?.

O CETS é uma solução que utiliza diversas tecnologias e está hospedado na sede da Polícia Federal, em Brasília. Esta solução possui entre outras funcionalidades, um repositório de informações estruturado pelos próprios investigadores, facilitando o trabalho de investigação da força policial em sua luta contra a exploração sexual de crianças pela Internet.

Segundo a Microsoft, a idéia do CETS se originou quando um oficial do Serviço de Polícia de Toronto, Canadá, insatisfeito com a falta de recursos tecnológicos disponíveis para ajudar a resolver este tipo de crime, encaminhou um e-mail ao presidente da Microsoft, Bill Gates pedindo por apoio. Em resposta, a empresa começou a trabalhar com este departamento e com a RCMP – Royal Canadian Mounted Police (Polícia Real Montada do Canadá) para definir de que forma poderia atender as necessidades da força policial dedicada a esta tarefa.

"O CETS é um exemplo real de colaboração entre a força policial e a indústria", enfatiza Quintiliano da Polícia Federal. "Ter acesso a este tipo de abordagem integrada permitiu que cada participante trouxesse seu conhecimento e contribuição, produzindo uma resposta mais efetiva a esses crimes atrozes. Agora nós estamos equipados com ferramentas para melhor proteger crianças em todo o mundo de pedófilos on-line.?

Em 2003, quando a iniciativa começou, técnicos da Microsoft trabalharam em conjunto com autoridades canadenses para projetar de forma personalizada o software que permite que a polícia se comunique em tempo real por todas as cidades e países. A Microsoft doou mundialmente mais de US$ 7 milhões até momento para o desenvolvimento e integração do sistema.

Após o lançamento oficial em 2005, o sistema CETS foi apresentado pela Polícia Real Montada do Canadá para diversas forças policiais ao redor do mundo. A Polícia Federal do Brasil foi uma das que primeiro demonstrou interesse no sistema, e hoje faz parte do primeiro grupo de quatro países que receberam investimentos para a sua implantação. Durante a fase de implementação no Brasil, o sistema foi traduzido para o português, recebeu sugestões dos investigadores e foi adaptado para os processos locais. Além do Brasil, Reino Unido, Itália e Espanha adotaram o sistema CETS.

A exploração infantil on-line é um problema mundial sério e a cooperação internacional é essencial para combatê-la. A Internet Watch Foundation no Reino Unido relata que a pornografia infantil é um fenômeno mundial:

* Somente 0,4% de conteúdo potencialmente ilegal de abuso infantil tem origem no Reino Unido.

* 40% de conteúdo potencialmente ilegal de abuso infantil partem dos EUA. Outros 28% tem origem na Rússia e 17% partem de países asiáticos, como Tailândia, China, Japão e Coréia do Sul.

De acordo com Ernie Allen, presidente e CEO do International Centre for Missing & Exploited Children (Centro Internacional de Crianças Exploradas e Desaparecidas), mais de 300 mil denúncias de exploração sexual infantil foram feitas ao CyberTipline da NCMEC ( http://www.cybertipline.com ) desde 1998. Além disso, um estudo realizado pelo Departamento de Justiça Americano descobriu que uma em cada cinco crianças, entre 10 e 17 anos, recebeu solicitações on-line não desejadas.

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