Especialistas defendem o reaproveitamento de lixo tecnológico

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É preciso que haja uma regulamentação para o descarte do lixo tecnológico, levando-se em conta a realidade de cada país, e contemplar desde o desenho adequado do componente eletrônico até a correta reutilização do equipamento. A afirmação é do especialista em resíduos eletroeletrônicos da Universidade do Arizona (EUA), Ramzy Kahhat Abedrabbo, que defendeu a existência de uma regulamentação para o descarte do lixo tecnológico. O pesquisador, que participou da 7ª Oficina para Inclusão Digital, acrescentou que na década de 80 o tempo de vida útil de um computador, em média, era de cerca de 13 anos, enquanto que atualmente é de apenas três anos.
A pesquisadora Uca Silva, responsável pela Plataforma RELAC/Sur Corporación (Chile), defendeu, por sua vez, que os grandes fabricantes de computadores sejam responsáveis pelo destino final dos equipamentos. A Plataforma RELAC é um projeto sem fins lucrativos que visa articular e difundir iniciativas que promovam soluções para a adequada gestão e o correto tratamento final dos resíduos eletrônicos na América do Sul e Caribe.
É este justamente o propósito do projeto de lei que institui a política nacional de resíduos sólidos encaminhado pelo Poder Executivo ao Congresso Nacional no fim do ano passado, conforme ressaltou o gerente de ambiente urbano do Ministério do Meio Ambiente, Marcos Bandini. O projeto define responsabilidades sobre a geração de resíduos de todos os tipos, e o papel de fabricantes, distribuidores, consumidores e gestores públicos em todo o ciclo de vida dos produtos.
Uma experiência sobre a reutilização do lixo eletrônico foi apresentada durante o evento pelo Centro de Recondicionamento de Computadores do Distrito Federal (CRC-Gama). O centro integra o Projeto Computadores para Inclusão, coordenado pela Secretaria de Logística e Tecnologia da Informação do Ministério do Planejamento. A unidade foi inaugurada pelo presidente Lula em abril do ano passado.
O CRC do Gama já doou 2.580 computadores e 200 impressoras, além de outros itens de informática, a 182 projetos de inclusão digital. Segundo a gerente do CRC-Gama, Zélia Victorino, a iniciativa contribui para a redução da exclusão digital e do lixo eletrônico, além de gerar renda para as cooperativas de reciclagem para as quais são encaminhados os materiais não tóxicos não aproveitados pelo projeto. Os materiais tóxicos, conforme Zélia, são destinados à empresas especializadas.
O Projeto Computadores para Inclusão forma uma rede nacional de reaproveitamento de equipamentos de informática usados que são recondicionados por jovens em formação profissionalizante.

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