Uma sondagem feita pela Abinee (Associação Brasileira da Indústria Eletroeletrônica) mostra que na quarta semana de outubro a dificuldade para a definição e prática de preços ainda foi o principal problema das indústrias do setor eletroeletrônico. A elevada desvalorização do real, que chegou, em média, a 17% no mês de outubro, implicou em aumentos de custos que estão sendo ou serão repassados aos produtos finais, principalmente daqueles com elevado conteúdo de insumos importados.
Segundo a Abinee, essa operação de reajuste implica em intensa negociação devido às incertezas sobre o futuro do mercado e da permanência da volatilidade da taxa de câmbio, além da dificuldade de obtenção de crédito para capital de giro para dar suporte aos aumentos. Apesar disso, a entidade diz que verificou na última semana de outubro que os negócios melhoraram em relação às semanas anteriores, reforçando a possibilidade da atividade da indústria continuar em patamares elevados, porém abaixo do previsto, pelo menos até o fim deste ano.
A maior preocupação das indústrias está com a atividade no início de 2009, em função dos reflexos que venham a ser causados pelos baixos níveis de venda em outubro e da postergação dos investimentos que estavam para ser colocados em operação. Apesar disso, as empresas contam com a força do mercado consumidor nacional e com os efeitos mais claros de todas as ações dos governantes dos diversos países para evitar a recessão, e do próprio governo brasileiro, para resgatar a confiança dos investidores.
O relatório da Abinee diz que se deve considerar, também, que o dólar valendo mais de R$ 2, melhorou a competitividade dos produtos tanto no mercado interno como no exterior, e isso, certamente, terá influência para o reposicionamento da produção local no mercado. É unânime entre as empresas pesquisadas que o setor terá neste ano um crescimento aquém das estimativas iniciais. No entanto, a perspectiva é de que continuará acompanhando a trajetória do PIB, cujas projeções indicam 3,5% para 2009, o que implicaria num crescimento do setor em torno de 8%.
- Perspectiva otimista