Admirável mundo novo: cloud computing transforma profissionais e modelo de negócios em TI/Telecom

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Ainda é pretensioso e prematuro afirmar que o modelo de computação em nuvem já está atingindo grau de maturidade no mercado brasileiro e mundial. Mas podemos seguramente dizer que o conceito já está disseminado, os principais fabricantes de TIC (Tecnologia da Informação e Comunicação) já o adotaram e adaptaram seus produtos a essa tendência. Bilhões de dólares já foram investidos para armazenar, transportar e assegurar 20% dos dados digitais do planeta (8 zetabytes) sobre o modelo de nuvem até 2015. Neste cenário, encontramos a empresa como a principal entidade usuária e a que entende esta inovação nos serviços de TI como fator crítico de sucesso para crescimento do volume de negócios e de resultados da corporação. Encontramos, também, os candidatos a serem os provedores de peso e relevância no mercado (big players), liderados pelas operadoras de telecomunicações.
Do lado da empresa, representada neste contexto pelo CIO e pelas as áreas de IT, encontramos uma entidade responsável por prover serviços cada vez mais automatizados, garantir disponibilidade/segurança e ainda oferecer mobilidade aos seus usuários. Em alguns casos, percebemos seus profissionais reticentes. Profissionais que sempre foram aceleradores de processos deparam, agora, com uma realidade diferente, onde seus usuários querem e buscam sempre mais, de forma mais rápida, mais segura e mais disponível em qualquer dispositivo. Além disto, está claro ao CIO que o usuário comum de sua empresa já tem nas mãos equipamentos de acesso mais sofisticados e eficientes do que aqueles, há anos, padronizados pela área de TI. Esse novo perfil do usuário anseia por um refresh tecnológico, mas tem de aguardar respostas dentro de uma fila de prioridades que pode atrasar absurdos seis meses.
São os profissionais de TI mais audaciosos e antenados com as movimentações da área que já estão desenhando seus road maps de migração e expansão, considerando soluções de cloud computing para atender o topo de suas prioridades em processos e sistemas. É bom lembrar que cloud é modelo e não tecnologia, e só faz sentido quando alavancado por um processo prioritário, com baixo budget para investimento inicial e ainda pouco tempo de implementação.
Nas expansões de infraestrutura e datacenter, o caso é ainda mais acentuado e o modelo de nuvem é ainda mais adequado. Crescer a estrutura de datacenter, seja física ou lógica, exige largos e pomposos investimentos em capex, o que muitas vezes pode inviabilizar o projeto, trazer enormes impactos ao resultado da empresa no período e gerar custos extras de operação, de manutenção, entre muitos outros.
A opção de expandir em um datacenter virtual (em operadoras ou datacenters tradicionais) aumenta a velocidade de implementação e transforma o investimento em despesas recorrentes, on demand e elásticas, já que se paga pelo que se usa. Estas implementações podem ser feitas em nuvem absolutamente privada, ou seja, baseadas no uso de recursos de terceiros, mas com infraestrutura de telecomunicações exclusiva, via rede MPLS ou VPN sobre internet. Neste modelo, os riscos de uso de nuvem pública são extirpados ainda no momento inicial.
Na outra mão da história, estamos acompanhando a preparação dos provedores destes serviços de nuvem de IaaS e AaaS, liderados pelas grandes operadoras (Oi, Embratel, Telefonica, BT e outras) e seguidas,  ainda de longe, pelos grandes datacenters (Microsoft, Google, Amazon, Terremark, Alog, etc.). Se analisarmos o momento atual e os volumes investidos por estes players na ânsia de ser o maior e o mais importante provedor, entenderemos que as barreiras estão relacionadas com o modelo de negócios e a preparação do time de frente. Para ser um big player nas vendas de solução em cloud computing, os profissionais devem conhecer profundamente e conceitualmente os ambientes de TI, suas necessidades, regras de governança, planos estratégicos e ainda sua aderência ou vontade de ser aderente ao plano de negócios da corporação. Este é o momento de transformação, ou ainda, o momento de adaptação das operadoras de telecomunicações.
Ora, essas empresas já podem prover e gerenciar a infovia de comunicação, garantindo o ambiente por meio de mecanismos de gerência, segurança e alta disponibilidade. As operadoras são, certamente, fortes candidatas a prover os novos serviços de datacenter, complementando e agregando inteligência aos tradicionais serviços de hosting e collocation.  Já existem capacidade e recursos técnicos operacionais para oferta de datacenter virtual, servidores virtuais, desktops virtuais e em alguns casos até colaboração virtual, tudo isto com custos mensais e baseados em contratos de SLA extremamente rigorosos.
Uma vez que uma corporação usuária tenha migrado ou implementado na nuvem novas soluções, a portabilidade para outra operadora ou outro datacenter requer planejamento, preparo e execução. Muitas soluções são produtos de prateleira dos provedores e operacionalmente simples; nesse quadro, a portabilidade para outro provedor de telecom é algo absolutamente seguro de se fazer… Eu disse seguro, embora continue sendo uma ação complexa. 
Note as movimentações das operadoras para entender, criar vocabulário e estar próxima do ambiente de TI das empresas.  Com algum esforço, os CIOs podem descobrir um tesouro escondido dentro destas operadoras – um tesouro a ser explorado, com maturidade e segurança, sobre ambientes dedicados na nuvem privada. Para ser um player de destaque nas vendas e conquista de market share em cloud computing, cada telco está criando seus métodos, buscando planos consultivos aceleradores e capacitando seu time para melhor chegar com seus produtos no mercado. Esses produtos devem ser simples, efetivos, gerenciados e dinâmicos, numa oferta self service e bem orquestrada, capaz de abrir oportunidades para outros serviços dos portfólios das operadoras.
Já vivemos esta realidade: os investimentos em infraestrutura já foram realizados e os CIOs já são demandados por novas soluções. Buscamos agora a forma de sincronizar o dialogo Provedor- CIO. Quem for mais eficiente, sairá na frente!

Paulo Pichini, CEO & President da Go2neXt – Cloud computing – Builder & Integrator

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