Nos últimos anos Brasil vem apresentado déficits na Balança Comercial de Serviços de TI. É o que revela o boletim "Insight Report" – Panorama do Setor de Tecnologia da Informação e Comunicação 2020, um estudo sobre o comércio internacional de serviços de TI no Brasil.
O boletim foi divulgado pela Assespro-PR, associação que representa o setor de tecnologia no Paraná. A entidade realizou o estudo em parceria com o Departamento de Economia da Universidade Federal do Paraná (UFPR), analisando dados disponibilizados pelo Ministério da Economia, Indústria, Comércio Exterior e Serviços entre 2014 e 2018. Com exceção de 2017, quando apresentou um superávit de 120 milhões de dólares, os déficits foram consecutivos, sendo que em 2018 representou o maior valor, de aproximadamente 600 milhões de dólares.
De acordo com o estudo, este déficit foi motivado principalmente pela queda das exportações em 2018 (-1,6% em relação a 2017), e ao aumento expressivo em 35% de importações. Entre 2014 e 2018, os maiores superávits comerciais do Brasil aconteceram em negócios com Irlanda, Chile e Colômbia. Já os maiores déficits registrados aconteceram com os EUA, Reino Unido, Alemanha, Espanha e Holanda. Em relação aos países do Mercosul, em 2018 a balança comercial do Brasil foi negativa, sendo a mais significativa com a Argentina – 105 milhões de dólares. A única exceção foi o Paraguai, onde o Brasil apresentou superávit.
Exportações
Em 2018, as exportações brasileiras chegaram a 2 bilhões de dólares. Do total exportado, os principais destinos foram os EUA (66%), Irlanda (8%), Chile (5%), Holanda (5%) e Reino Unido (3%). 10 % das exportações brasileiras foram para países da América do Sul, o que corresponde a 195 milhões de dólares. Desse valor destacaram-se Chile (66%), Colômbia (12%), Argentina (9%); e Peru (8%).
Os estados brasileiros que mais exportaram foram São Paulo (77%), Rio Grande do Sul (11%), Paraná (8%), Rio de Janeiro (2%) e Minas Gerais (1%). Santa Catarina apresentou a maior taxa de crescimento em exportações (36%) em relação ao ano anterior. O Rio Grande do Sul também apresentou crescimento no período (22%). Os demais registraram taxas negativas.
Importações
Em 2018, as importações brasileiras de serviços de TI alcançaram 2,6 bilhões de dólares. As principais origens das importações foram os EUA (46%), Reino Unido (22%), Alemanha (7%), Argentina (5%) e Espanha (4%).
Considerando os países da América do Sul, a Argentina foi a principal origem (77%). Em segundo ficou o Uruguai (12%), Chile (8%) e Colômbia (2%). Desse total, 86% das importações foram realizadas pelo estado de São Paulo, seguido pelo Rio de Janeiro (7%), Paraná (2%), Minas Gerais (2%) e Rio Grande do Sul (1%).
Em relação a 2017, Distrito Federal (256%), Amazonas (166%), Rio Grande do Sul (40%) e São Paulo (40%) registraram aumentos em importações acima da média nacional, que foi de 35%. Rio de Janeiro (23%), Santa Catarina (19%) e Paraná (7%) apresentaram taxas de crescimento positivas, mas inferiores à média nacional.