A pandemia mudou radicalmente nossos hábitos. Uma das marcas mais notáveis do famigerado "novo normal" foi o aprofundamento da nossa relação com o mundo digital. Em alguns meses, passamos a trabalhar e encontrar os amigos virtualmente, a fazer mais compras e pagamentos online, a contar com o delivery com muito mais frequência. Nenhuma dessas práticas é nova, mas no último ano elas foram incorporadas ao nosso cotidiano com velocidade e intensidade surpreendentes.
Como sempre, grandes mudanças não vêm sem algum risco. Um dos problemas desse aumento generalizado das interações virtuais é a maior exposição de nossos dados. A cada transação online, fornecemos informações pessoais – como endereço e número de documentos – e bancárias, as quais, nas mãos de criminosos, podem gerar transtornos enormes para qualquer usuário.
É preciso, portanto, disseminar ainda mais algumas recomendações básicas para o uso seguro das plataformas virtuais. Ações simples, como ativar a verificação em duas etapas para os aplicativos de mensagens, não responder ao SMS supostamente enviado pelo banco, jamais compartilhar senhas com terceiros, dentre outras, fazem enorme diferença. Especialmente com a entrada maciça de novos usuários para o mercado digital, dicas como essas devem ser sempre seguidas.
Mas é claro que esse cuidado não pode partir apenas dos consumidores. Ao longo dos últimos meses, a proteção de dados virou uma das grandes preocupações do próprio mercado. Diversas empresas, sobretudo em setores como crédito e e-commerce, investem pesado em segurança, cientes de que, com isso, protegem não apenas seu patrimônio contra possíveis fraudes, como também sua imagem e reputação junto aos clientes.
Tecnologias de proteção de identidade, como biometria facial, sobretudo quando utilizada junto com a assinatura eletrônica, por exemplo, se tornaram mais comuns devido aos benefícios à sociedade e às instituições na prevenção às fraudes. Se pelo lado do consumidor elas permitem a simplificação de processos juntamente com alta segurança; do lado das empresas, aumentam a inovação e confiabilidade em toda a jornada.
Uma pesquisa recente estimou que, até 2025, o número de compras validadas por biometria facial deve dobrar. Trata-se de um indicativo, dentre vários outros, de que vivemos uma revolução na maneira como protegemos nossa privacidade em ambientes virtuais.
Cientes de que a economia do futuro se baseará cada vez mais na análise e compartilhamento de dados, as empresas de segurança digital precisam estar à altura do desafio reservado pelos próximos anos. Temos que garantir, acima de tudo, mecanismos que empoderem e tragam segurança ao verdadeiro dono desse valioso patrimônio virtual: o usuário.
Diego Martins, fundador e CEO da IDTech unico.