O papel crucial das tecnologias nos bastidores do Pix

0

O crescimento do Pix, criado pelo Banco Central, tem sido vertiginoso no Brasil, posicionando o país como segundo maior usuário de pagamentos instantâneos em 2023. Com o total de 37,4 bilhões de transações no ano passado, houve um aumento significativo de 77,9% em relação ao ano anterior. O Brasil ficou atrás apenas do Unified Payments Interface (UPI) da Índia, que teve início em 2016 e, no último ano, registrou 129,3 bilhões de transações. O Pix no Brasil faz tanto sucesso que, independentemente da agenda evolutiva oficial determinada pelo Banco Central, o seu ecossistema se antecipa e está sempre propondo meios de adaptar às modalidades futuras que substituirão o parcelamento, boleto, internacional, entre outras funcionalidades que estão sendo desenvolvidas.

Enquanto, em abril, a modalidade de Pix Cobrança superou a marca de 200 milhões de transações em 24 horas, nos bastidores da operação, o varejo e o setor de Meios de Pagamentos Eletrônicos (MPE) se empenham a procurar por jornadas mais fluidas e garantir que as transações ocorram sem qualquer tipo de interferências, convergindo seus desafios sempre com um único objetivo: não perder vendas por indisponibilidade.

Para ilustrar a transformação e a dimensão do Pix no varejo, cito a minha experiência processando no último ano mais de 15 bilhões de transações na América Latina. No Brasil foram mais de 775 milhões de transações realizadas em 2023, movimentando um valor superior a R$ 71 bilhões de pagamentos de pessoas físicas para os estabelecimentos comerciais. A alta disponibilidade do Pix é crucial para que os varejistas não "morram na praia" e percam vendas depois que um cliente estiver feito a sua escolha – na última milha do processo de compra que acontece na "boca" do caixa ou no "checkout" do carrinho de e-commerce.

Fato: custa muito mais não vender do que investir em sistemas que deixam a venda mais segura e disponível. Este infelizmente é um cenário ainda comum, como a indisponibilidade da instituição financeira do cliente no momento da compra ou a falta de internet e comunicação do estabelecimento comercial. Indo além, às vezes, falhas sistêmicas dos Provedores de Serviços de Pagamento (PSPs)  são registradas – a exemplo do que foi noticiado no início de abril, em que em três fintechs e um banco cooperativo tiveram picos monitorados pelo DownDetector. Problemas assim fazem com que os estabelecimentos não sejam pagos pelo Pix mesmo o dinheiro tendo sido debitado da conta do consumidor, trazendo consigo ainda o risco de ações indenizatórias.

No cenário dinâmico do Pix, a responsabilidade da área de TI se intensifica. É imprescindível garantir a resiliência e estabilidade da plataforma para evitar que falhas impactem negativamente a experiência do cliente e os resultados do negócio. É nesse contexto que a plataforma Fiserv surge como uma aliada estratégica para os CTOs, oferecendo soluções inovadoras que viabilizam um plano de contingência robusto e eficaz.

A Fiserv propõe um modelo de redundância inteligente, onde a plataforma principal é complementada por um ou mais PSPs de backup. Em caso de falha na plataforma principal, outra dará continuidade nas operações, sem interrupções, com a tecnologia da Fiserv redirecionando automaticamente as transações para o PSP de backup mais adequado.

Dar os pesos para definir como cada PSP irá atuar é um trabalho individualizado e orquestrado para clientes que tem uma visão estratégica de como as parcerias e seleção dos melhores parceiros são cruciais  – inicialmente, o varejo faz a sua escolha com base em arranjos e condições que ele tem com cada PSP, mas ao longo do caminho, os indicadores de uma solução que oferece o balanceamento pode apoiar cada CTO em um trabalho de governança e resiliência – e construído com base em dados – a tomar decisões mais certeiras com base em análise estatística que considera o tempo de resposta e a incidência de erros de cada PSP. A eficiência é construída com dados.

Outro importante apoio nesta questão de dados é oferecido também pelo Banco Central, que mensalmente divulga os resultados que avaliam o nível de disponibilidade da infraestrutura necessária para a operação do Pix pelos usuários finais, assim como a qualidade dos serviços oferecidos pelas instituições financeiras e provedores de pagamentos. Os PSPs são classificados de A (99,5%) a D (95%), conforme o índice de disponibilidade do participante Pix; horas e fração de funcionamento efetivo dos serviços durante o período de análise; e o tempo em que os serviços deveriam estar disponíveis para uso ao longo de todos o período operacional (24/7).

Temos acompanhado a evolução da agenda do Banco Central para o Pix. Acredito que a indústria de pagamentos possa contribuir muito com excelência e inovação, desenvolvendo soluções para aperfeiçoar o Pix e facilitar um de seus principais desafios: a inclusão financeira em um país com mais de 200 milhões de habitantes e diferentes realidades culturais, sociais e econômica; além de baixar o custo, aumentar a segurança e aprimorar a experiência dos clientes.

Elisio Pereira, vice-presidente de Tecnologia da Fiserv Brasil.

DEIXE UMA RESPOSTA

Por favor digite seu comentário!
Por favor, digite seu nome aqui

This site is protected by reCAPTCHA and the Google Privacy Policy and Terms of Service apply.