A pandemia aumentou a necessidade de certificação dos datacenters

0

Um dos principais efeitos da pandemia foi a clara compreensão da criticidade da tecnologia no suporte à vida diária. De acordo com a CEPAL, nos países desenvolvidos as indústrias de alta e média tecnologia (aeroespacial, equipamentos de computação, eletrônicos-comunicação, farmacêuticas, instrumentos científicos e manufatura, entre outras) representam quase 50% do valor agregado total. Nos países em desenvolvimento esse percentual é de 40%. 

A indústria de data centers tem uma responsabilidade considerável sobre essa questão.  De acordo com a Statista, a quantidade total de dados criados, copiados e consumidos globalmente já chegou a 70 zetabytes e prevê-se que, até 2025, esse valor chegue a 181 zetabytes. 

Sendo a região com a quarta maior taxa de adoção de Internet no mundo (em 2019, 67% de sua população acessava a rede), a indústria de data centers da América Latina também tem muito trabalho a fazer. Para que os dados sejam distribuídos na região de forma rápida e segura, os data centers precisam atender às melhores práticas da indústria. É nesse ponto que a certificação tem um papel central. 

O estudo "Data centers pós-pandêmicos", do Uptime Institute, alerta que, conforme os data centers se tornam mais essenciais para as economias pós-pandemicas, há uma maior necessidade de regulá-los e certificá-los em questões como resiliência e sustentabilidade. 

"Governos, órgão reguladores e clientes de TI buscarão, cada vez mais, a garantia de que os data centers estão sendo projetados e operados para manter a disponibilidade durante futuras pandemias", menciona o estudo. 

O panorama da certificação 

Data centers precisam fornecer segurança de dados, baixa latência, eficiência e confiabilidade. As certificações garantem que as instalações estejam em conformidade com as normas e padrões internacionais relativas a esses fatores. 

Outro aspecto importante sobre as certificações é o valor que elas agregam quando se está vendendo espaço em data centers de colocation ou multi-tenant. Uma infraestrutura certificada aumenta as chances de que o data center será operado adequadamente, dentro dos parâmetros esperados. Assim, a certificação se torna um diferencial e contribui para a obtenção de uma vantagem competitiva no mercado de colocation/multi-tenant. 

As certificações Tier do Uptime Institute são o padrão globalmente reconhecido para confiabilidade e performance geral de data centers. As certificações LEED, por outro lado, são usadas para questões ligadas à sustentabilidade e à eficiência no uso de recursos. 

Na América Latina, as certificações Tier do Uptime Institute estão amplamente implementadas. O Equador e a Costa Rica foram os dois primeiros países na região a obter certificações Tier IV para seus data centers. Isso aconteceu no início dos anos 2010, abrindo o caminho a ser seguido por muitos operadores. 

Recentemente, um dos maiores fornecedores de serviços de TI na região obteve a mesma certificação, tornando-se o segundo data center no Chile a conquistá-la. Os data centers em busca de certificação demandam serviços e soluções que dêem suporte durante o design, a construção e os processos de implementação e instalação da infraestrutura de energia e de refrigeração. Tudo tem de ser feito em conformidade com os requisitos do Uptime Institute. 

Semelhante ao trabalho também foi desenvolvido no Chile, Peru, Brasil e Bolívia, entre outros países da região. Os operadores de data centers precisam de sofisticados serviços para efetivamente conseguirem regular e certificar suas infraestruturas. Esse é um passo importante para, no caso de futuras pandemias, suprir as necessidades de uma sociedade cada vez mais digital. 

Daniel de Vinatea, Diretor de Operações de Vendas, Entrega e Execução para a Vertiv LATAM. 

DEIXE UMA RESPOSTA

Por favor digite seu comentário!
Por favor, digite seu nome aqui

This site is protected by reCAPTCHA and the Google Privacy Policy and Terms of Service apply.